ESTILO

Um país feito para o turismo náutico

Tamanha é a extensão da costa litorânea brasileira que o setor náutico segue em expansão no Brasil – inclusive, na área de decoração de barcos

Sete mil, quatrocentos e noventa e um. Esse é o número que representa os quilômetros de extensão da costa litorânea brasileira. Com tantos horizontes a serem explorados, o mercado náutico brasileiro vem se destacando e crescendo nos últimos anos.

Somente em 2021, o setor faturou R$ 2 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos, a ACOBAR. De fato, o setor anda tão aquecido que a fila de espera para receber um novo barco pode demorar até um ano, segundo Naiara Bogo, designer náutica da Azimut Yachts.

Com a fábrica inaugurada no Brasil em 2010, a filial nacional da marca acompanha o mercado e também apresenta números de crescimento. Desde que chegou às terras brasileiras, a empresa ultrapassou R$ 1,5 bilhão de vendas em embarcações. Foram mais de 350 iates e megaiates produzidos e entregues no Brasil e exportados para outros países.

“O objetivo é que, para os próximos três anos, a fábrica brasileira, que atua 100% alinhada com a matriz italiana, dê um salto de 50% na produção e em 30% nas exportações”, explica Francesco Caputo, CEO da Azimut no Brasil.

Esses números indicam o quanto o mercado tem se destacado no Brasil e, por isso, outros setores da economia também começam a aquecer. A decoração de barcos, por exemplo, é um deles. No caso da Azimut, as embarcações exigem um visual elegante, de boa qualidade e prático.

Segundo a designer náutica da empresa, o design dos barcos fabricados no Brasil é baseado no dos que são feitos na Europa. “Nós trazemos a Itália para o Brasil dentro dos barcos. A Azimut seleciona arquitetos famosos para criarem o design dos barcos e nós aplicamos aqui”, conta Bogo.

Sobre a decoração interna, a designer conta que existe uma complexidade na hora de projetar os móveis. O mesmo desafio da gigante náutica é encontrado pelas arquitetas do escritório Cambiare, Amanda Zattoni, Bruna Lessi e Isabela Quadros Griesbach.

“Uma das dificuldades de fazer a decoração de barcos é que há uma limitação espacial. Em caso de falta de espaço, não há como construir uma laje, por exemplo. Além disso, tem a limitação de capacidade de peso, a parte elétrica e hidráulica. Ou seja, não é possível modificar muito a estrutura”, conta Amanda.

As especialistas ainda indicam alguns pontos importantes na hora de decorar um barco. “Apesar de parecer uma casa, ele não é. Por isso, é preciso pensar na durabilidade dos materiais, por conta da maresia, do calor e outros fatores”, afirma Isabela.

Mas, sobretudo, as arquitetas frisam que é preciso analisar a segurança dos móveis e os materiais decorativos do barco. “Pensando na segurança, é preciso colocar peças fixadas no projeto, com cantos arredondados. Todos esses detalhes fazem muita diferença”, pontua Bruna.

O MERCADO DA DECORAÇÃO DE BARCOS

Há dois anos no ramo, a Cambiare nasceu durante a pandemia. Apesar de não começar com o foco em projetos voltados para decoração dos iates de luxo, foi nos primeiros meses que surgiu a oportunidade de conhecer essa área. “O primeiro projeto veio de surpresa e, depois, um foi puxando o outro, levando-nos para outras possibilidades”, relembra Amanda.

No entanto, a arquiteta sinaliza que se trata de um nicho pequeno e, por isso, no início, havia muita dificuldade em encontrar informações e especializações. “Apesar de ser muito bom, é um mercado que exige muita seriedade. Não é possível fazer as coisas na impulsividade. Tudo deve ser muito bem pensado, por conta da complexidade dos detalhes”, revela.

Focado principalmente em decoração de barcos, o escritório expandiu durante a pandemia, em um momento no qual os “amantes do mar” migravam para atividades náuticas, segundo Isabela. “Durante a pandemia, as fronteiras fecharam e, com isso, as pessoas passaram a aproveitar e a utilizar mais as suas embarcações. Por isso, viram a necessidade de reforma”.

A arquiteta ainda afirma que, até então, a decoração de barcos não era tão conhecida pelo público. “Muitos clientes viram que existia essa possibilidade, pois eles não sabiam que era possível fazer isso. Nós mostramos que, se o barco estiver com um design antigo, não é preciso comprar um novo. Basta fazer uma reforma e modernizar a embarcação”, finaliza Bruna.

Azimut Yachts encanta Santa Catarina

A líder mundial em fabricação de iates de luxo registrou um número surpreendente de visitas em iates e megaiates de luxo durante o V Salão Náutico Marina Itajaí

A quinta edição do Salão Náutico Marina Itajaí, realizada de 7 a 10 de julho no litoral catarinense, teve como destaque a participação da Azimut Yachts, líder mundial na fabricação de iates de luxo. O evento encerrou com sucesso de público e geração de mais de R$ 80 milhões em negócios. Apenas no estande da Azimut Yachts, passaram mais de 2 mil pessoas, superando em 70% o número de visitantes da última edição da feira. Além disso, a participação foi positiva, com fechamento de vendas e várias negociações em andamento. Leia mais

*Matéria originalmente publicada na edição #264 da revista TOPVIEW.

Deixe um comentário