Coluna Ana Clara Garmendia, maio de 2017
“Je suis toutes les femmes” é uma das frases da cantora e atriz Dalida em destaque na exposição Dalida, une garde-robe de la ville à la scene em cartaz aqui em Paris, no Museu Galliera. Dalida é um dos grandes ícones femininos do século 20, que se perpetuou no coração dos fãs. Nascida na cidade do Cairo, Egito, mas de origem italiana, ela chegou a ser miss em seu país, tamanha sua beleza. Ela tinha outros atributos além do estético: era talentosa, cantava, atuava e amava intensamente. “ Une femme qui vit à fond sa féminité est par la même l’égale des hommes” é outra de suas afirmações extremamente feministas. Ela dizia que uma mulher que vive a fundo sua feminilidade se iguala aos homens em força e caráter. Naquele tempo, o feminismo não era ligado a mulheres como Dalida. Uma pena, pois ela teria sido uma grande aliada do movimento, mesmo que não tivesse pensando nisso (ou será que pensou?). Dona de uma vida amorosa trágica – dois de seus amantes se suicidaram –, Dalida vivia ela mesma em busca de um equilíbrio emocional e, em 1987, ela também se suidicou, deixando a frase “Me perdoem, mas a vida me é insuportável”.
E assim acabava a mulher e nascia o mito. Dalida teve um caso longo e tórrido com Alain Delon. Com ele, gravou a famosa Paroles, paroles, paroles. Depois foi precursora da fase disco com a incrível Laisse moi danser. Na expo no Museu Galliera, podemos ver 110 peças de seu guarda-roupa, do dia-a-dia aos trajes de espetáculo, muitos deles feitos por grandes nomes da moda como Nina Ricci, Pierre Balmain, Yves Saint Laurent, Jitrois. Como marco dos 30 anos de seu desaparecimento, este ano a história de Dalida chega aos cineimas. Seguindo o assunto moda e mulheres, engato uma série de fotos que tenho arquivadas de alguns anos atrás ou de agora, de atrizes como a francesa Stéfi Celma, uma das novas musas do cinema francês e com quem eu tive o prazer de estar dia desses. Através da atitude e beleza dessas mulheres, chamo à reflexão. Vamos nos unir em uma imagem forte e única da palavra mulher. É só aceitarmos as nossas diferenças, respeitarmos os nossos limites e sermos inteiras em tudo o que fazemos. A moda é apenas um invólucro poderoso desse esquema entre ser, estar, querer, se impor e vencer os preconceitos. Gros bisous.