Curitiba 328 anos: Praça do Japão
Homenagem aos “filhos do sol nascente” e à imigração japonesa em Curitiba, a Praça do Japão, desde 1962, encanta-nos pela sua beleza. A minha relação com esse ponto turístico é de história, afinal, moro em frente a ele há 10 anos e, por isso, vi coisas lindas acontecendo por ali: festivais, festas e comemorações da colônia – que, infelizmente, estamos privados de vivenciar por conta da pandemia.
Vi de perto várias reformas pelas quais a praça passou. Inclusive, vivi também a polêmica de fazer o recorte dela para que a via do expresso pudesse passar. Estava aqui quando as esculturas lindas foram chegando. É um local cheio de história e de luz.
O lugar, que segue as linhas tradicionais dos jardins japoneses, com um lago de carpas, além de 30 cerejeiras, enviadas pelo Império Nipônico, e uma biblioteca, é palco para passeios de idosos, pais de pets com seus bichinhos e turistas. É uma praça que, além de linda, é muito iluminada — e acho que essa luz vem dessa cultura magnífica que é a japonesa.
Uma escultura de Buda no centro de um dos lagos tem como simbologia a irmandade entre Curitiba e Himeji – cidade que abriga o principal castelo do Japão. Além de transmitir a paciência e a arte dos japoneses, faz parte da história brasileira desde o início do século XX. Há, também, uma lanterna esculpida em pedra – um símbolo tradicional nos jardins do Japão – que foi doada pela Assembleia Legislativa de Hyogo, região coirmã do Paraná, em 1979. Sem falar, claro, do Portal Japonês e do Memorial da Imigração Japonesa, que marcam a passagem daqueles que visitam a praça.
Em 2018, o Espaço Tomie Ohtake foi inaugurado ali em homenagem à artista plástica falecida em 2015. Uma obra dela, composta por uma escultura vermelha de sete metros de altura e estruturada em aço, foi instalada no local, sendo um verdadeiro presente para todos nós.
Ana Claudia Michelin
@acmichelinn
Embaixadora de Tendências
*Matéria originalmente publicada no Caderno Especial Curitiba 328 anos, na edição #247 da revista TOPVIEW.