Curitiba 328 anos: Bosque do Papa
O Bosque do Papa é significativo para mim por conta da colonização polonesa. Essa história tem muito valor dentro de Curitiba – e eu fui descobrindo isso aos poucos. O lugar é, também, um memorial da imigração polonesa e foi inaugurado em 1980 – um ano depois da visita do Papa João Paulo II a Curitiba.
Encantei-me ainda mais pelo lugar com a capela que foi colocada após a passagem do pontífice. Como sou católico, poder entrar naquele local, rezar para a santinha, reviver aquela energia toda do Papa e aquela espiritualidade dentro de uma colonização polonesa… tudo aquilo trouxe muito significado para mim.
Quando comecei a estudar ainda mais a arquitetura, fui atrás do estilo polonês, que é bem característico na região. As cabanas e casas nesse estilo são um dos pontos que mais me chamam a atenção – assim como a calmaria do bosque, que me surpreende.
As sete casas de troncos que compõem o memorial são lembrança viva da fé e da luta dos imigrantes poloneses, com objetos como a velha carroça, a pipa de azedar repolho e a estampa da padroeira, a Virgem Negra de Czestochowa. Na capital paranaense, a imigração polonesa começou em 1871.
Inclusive, é interessante dizer que o meu primeiro contato com o bosque foi quando, em uma visita ao MON, encantado pelos arredores, descobri que tinha um acesso ao bosque. Como um turista curioso, fui atrás. É destacável também o contato com a natureza, que todos que ali estão, podem apreciar.
O local abriga, ainda, uma reserva com mais de 300 araucárias na área central da capital paranaense! Atrás do bosque, há um restaurante típico polonês – e a proprietária é ótima! Tem na ponta da língua contos e causos da colonização, já que a mãe dela é uma polonesa que veio para o Brasil fugindo da guerra.
Anualmente, fora de tempos de pandemia, eventos culturais de tradição polonesa acontecem por ali, como a Swieconka, a Benção dos Alimentos no Sábado de Aleluia, e a festa de Nossa Senhora da Czestochowa, em agosto.
Adriano Tadeu Barbosa
@adrianotadeubarbosa
Embaixador de Brasilidades
*Matéria originalmente publicada no Caderno Especial Curitiba 328 anos, na edição #247 da revista TOPVIEW.