ESTILO CULTURA

Visita à China inspira arquiteto curitibano

Flavio Schiavon observa a cultura chinesa, relata avanços tecnológicos do país e verifica tendências nas construções

Senso comum, não é sempre que a inspiração nos faz uma visita. Às vezes, ela pode até aparecer de surpresa, mas, quase sempre, ela nos aguarda em algum outro lugar. Há algumas semanas, embarquei para o outro lado do mundo e a encontrei em mandarim.

Ao menos uma vez por ano, carimbo meu passaporte com destino além do entretenimento. Busco lugares aonde meus olhos possam passear e catalogar novas referências visuais, culturais, históricas, tecnológicas e geográficas. Dessa vez voei para a confluência das transformações do mercado global e fiz uma visita à China.

Ainda antes do avião pousar já me flagrei atônito. Vislumbrei uma imensidão de área verde e depois descobri que o país vem se dedicando ao plantio e reflorestamento de sua flora nativa. Aliás, “imenso” é um adjetivo que define bem o muito de tantas coisas que encontrei na China.

O aeroporto de Pequim, onde desembarquei, é gigantesco. Foi construído para os Jogos Olímpicos de 2008, mas pouco mais de uma década depois já opera em capacidade máxima e quase não dá conta da demanda de voos, sendo o segundo aeroporto mais movimentado do planeta.

Por consequência, eles acabaram de inaugurar o maior terminal do mundo, o Beijing Daxing. Do alto, era possível ver as formas fluidas da estrutura colossal do novo aeroporto – projetado por Zaha Hadid, a “Rainha das Curvas”, com seu brilhante desconstrutivismo – e pude entender porque a imprensa local apelidou o terminal de “Estrela-do-mar”.

Era o início de duas semanas em um lugar completamente novo para mim. Pequim e seus monumentos assombrosos, seja pelas suas dimensões, seja pela impecavel conservação, foi absorvida a cada minuto com grande admiração. E esse foi apenas o início de uma grande reflexão a minha visita à China. Como estamos restritos a uma espécie de triângulo imaginário – formado por Brasil, Estados Unidos e Europa – não estamos acostumados a acompanhar a contemporaneidade dos avanços tecnológicos da Ásia e, principalmente, da China. 

Aliás, o avanço é surpreendente. E, se por um lado pode ser frustrante perceber a grande disparidade entre o estágio atual do Brasil e da China – especialmente quando pensamos que ambos pertencem ao bloco econômico dos maiores países emergentes, o BRICS – por outro é incrível poder regressar ao país já com uma visão diferenciada sobre o que nos aguarda. E, claro, poder implementar ideias e soluções já prevendo cenários futuros.

 

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