CULTURA CINEMA

Fernanda Torres e o Brasil de Ouro

Precisávamos de um reconhecimento internacional para que pudéssemos olhar de volta para dentro de casa e dar valor ao que aqui faz história. O efeito Globo de Ouro, merecidamente ganho pela atriz Fernanda Torres, só começou, se dermos real valor cultural a ele.

LEIA TAMBÉM: Fernanda Torres faz história ao vencer Globo de Ouro

O motivo do meu texto é para que a gente possa – definitivamente – olhar para dentro do nosso brilhante país e para todas as particularidades que fazem com que ele seja único. O que inclui o mérito das diversas pessoas que trabalharam para que este troféu fosse nosso.

Como brasileiros, admiramos a cultura e as histórias das outras nações. Um tempo fomos pro lado francês, outros tempos para o americano, agora, bom, com o volume de viagens de brasileiros pelo mundo não sei ao certo onde estamos admirando, só sei onde nós podemos admirar: o nosso próprio Brasil de Ouro.

Fernanda Torres com Globo de Ouro (Foto: reprodução | Instagram)

Quanto mais eu ando por aí em busca de Semanas de Design que são moldadas diante do diálogo atual entre o mundo da arquitetura e o mundo do comportamento humano, mais valor trago em admirar o que é brasileiro.

E isso ressalta quando caminho por aqui, conversando com pessoas interessantes e interessadas no que temos de identidade repleta de individualidades representadas pela arte que se destaca em cada região, e que cabe a nós valorizar e destacar uma a uma, dia a dia, não esperando um palco internacional para se nacionalizar.

Posso me inspirar no que li em uma entrevista da própria Fernanda Torres em um dos diversos posts abrilhantando seu mérito, de que o mundo se surpreende quando encontra nossos grandes talentos, como Machado de Assis, mas ele ainda não sabe o tamanho de talentos que aqui nascem todos os dias e fazem parte de uma história global.

Quanto mais dermos valor ao que é nosso, mais daremos valor a nós mesmos. E isso, de forma alguma direciona nossos esforços em não olhar e destacar o que é bom e de fora, só concentra nossas energias em dar valor ao que é de dentro. “Fale de sua aldeia e estará falando do mundo”, disse o filósofo russo Tolstoi.

É hora de parar de justificar que não somos grandes por culpa da política, da economia, disso ou daquilo. Para sermos o real gigante que podemos ser, o pequeno passo é diário e ao encontro de quem quer andar ao nosso lado.

O Brasil só está no começo de um possível momento que ressalta agora a cultura cinematográfica presente nas histórias que aqui aconteceram e na capacidade intelectual criativa de transformar essas histórias para que o mundo possa também admirar e respeitar.

Precisamos validar, incentivar, investir em talentos verdadeiros que estão na nossa arte (de todas as formas) e que se dedicam pra que ela seja verdadeiramente brasileira em uma cultura mais uma vez vista pelos gringos através da potência que aqui existe e que não pode se perder novamente.

As gerações precisam aprender umas com as outras, em respeito ao que é profundo, honesto e verdadeiro, e não somente se cercando de likes vazios e passageiros. Concorda?

Deixe um comentário