CULTURA ARTES

Os novos patronos das artes do Museu Oscar Niemeyer

Os primeiros patronos do Museu Oscar Niemeyer contam como é a experiência de escolher obras para o acervo do museu

Em uma noite de agosto, um grupo de convidados era instruído a trocar a entrada tradicional do Museu Oscar Niemeyer, que leva às salas expositivas, pelas docas do MON. Nesse espaço de bastidores, onde chegam obras para futuras mostras, os convidados foram surpreendidos por um quarteto de cordas. Tinha início aí o encontro dos primeiros patronos do museu. O programa Sou Patrono surgiu em 2015, seguindo a tendência global entre museus de buscar “mecenas contemporâneos” para financiar desde atividades culturais à expansão de coleções – como a iniciativa do MON, pioneira no Paraná, de criar um fundo anual para a aquisição de obras. Após a recepção nas docas, os patronos passaram à sala de transição, espaço em que as peças são armazenadas antes da montagem de uma exposição, mas que dessa vez recebeu ambientação especial, concebida pelo party designer Marcos Soares. Foi ali, depois de experimentar o mesmo percurso que faz uma obra ao chegar ao MON, que os patronos elegeram as criações a serem adquiridas com o fundo – obras de Mira Schendel, Julio Le Parc e Regina Silveira.

Reunião Patronos MON. Curitiba, 30 de agosto de 2016. (Foto: Kraw Penas/SEEC)

“A experiência de opinar na escolha das obras do acervo foi muito interessante”, comenta a assessora jurídica Rosana Pollis. “Além do aprendizado a respeito das obras, creio que o processo aumenta o sentimento de participação, de pertencimento.” Fortalecer o vínculo com a sociedade é, de fato, um dos objetivos do programa, para além das aquisições. “Muito mais do que isso, eu vejo a importância de ter pessoas que gostam de arte e têm essa participação na sociedade mais presentes aqui”, avalia Juliana Vosnika, diretora-presidente do MON. “A gente poderia simplesmente fazer um evento de escolha [das obras], mas quisemos proporcionar uma experiência no Museu Oscar Niemeyer, uma vivência que talvez as pessoas nunca tivessem”, completa Juliana sobre o evento, que também contou com a presença do crítico e curador Agnaldo Faria para apresentar os artistas e trabalhos em questão. Para a diretora da instituição, existe um interesse crescente do público em conhecer o “outro lado” – os bastidores de um museu, o processo por trás de um café especial… “Encanta muito ter esse plus, saber que vivenciou um momento único ou mais exclusivo, e que você vai poder contar um pouco dessa experiência”, afirma, celebrando ainda o poder multiplicador das vivências, repassadas a novos patronos ou visitantes. Mais próximos da instituição, os patronos também têm a oportunidade de contribuir para a sociedade como um todo. “Saber que por meio dessa iniciativa o MON contará com mais três obras maravilhosas é extremamente gratificante”, resume Cristiane Canet Mocellin, patrona e vice-presidente do Instituto TMO, de apoio ao transplante de medula óssea.

Reunião Patronos MON. Curitiba, 30 de agosto de 2016. (Foto: Kraw Penas/SEEC)
  • SOU PATRONO. O QUE É?

Fundo anual para aquisição de obras criado em novembro de 2015.

  • CONTRIBUIÇÃO ANUAL

As cotas são de R$ 6 mil, R$ 9 mil ou R$ 27 mil. QUEM PODE SE TORNAR PATRONO Todos podem participar (pessoa física ou jurídica).

  • CONTRAPARTIDA PARA OS PATRONOS

Direito a um voto na escolha das obras a serem adquiridas, nome gravado nas dependências do MON, visitas guiadas exclusivas com curadores ou artistas, cartão VIP para entrada no museu,
entre outros.

  • SELEÇÃO DAS OBRAS

As obras a serem adquiridas são escolhidas pelos patronos em meio a uma seleção previamente elaborada pelo conselho cultural do museu, composto por especialistas em arte. 

*Matéria publicada originalmente na edição 192 da revista TOPVIEW.

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