CULTURA ARTES

Luxury on the streets

Paradigmas foram quebrados e, atualmente, a arte de rua recebe respeito e admiração, tornando-se, também, luxo

Por Beatriz Bleyer e Maria Luiza Schultz

Já existiu um tempo em que a arte fora dos museus não era consagrada. A expressão das tintas nos muros das cidades era marginalizada, o que gerou sérias consequências aos artistas. Com o tempo, a ideia de que a arte de rua é como qualquer outra tem levado diversos autores ao topo do reconhecimento artístico.

LADY PINK

Lady Pink, nascida Sandra Fabara, é uma grafiteira e muralista equatoriana-americana. Ela concentrou sua carreira no uso de graffiti e murais como ato de rebelião, e autoexpressão e empoderamento das mulheres.

“Não é apenas um clube de meninos. Temos uma coisa de irmandade acontecendo.”

(Foto: Divulgação)

OSGEMEOS

OSGEMEOS (1974, São Paulo, Brasil) – Gustavo e Otávio Pandolfo – sempre trabalharam juntos. Nunca deixaram de fazer graffiti, mas, com o passar dos anos, este universo criado pela dupla, com o qual sonham e se inspiram, ultrapassou as ruas, se transformando em uma linguagem própria e em constante evolução, com outras referências e influenciado por novas culturas.

“Somos complementares: um completa o pensamento do outro a todo momento, pois nosso processo criativo é tão natural para nós que é até difícil de explicar. Parece que existe um fio: vamos sempre estar conectados, mesmo quando estamos longe um do outro. É um vínculo eterno.”

(Foto: Reprodução)

EDUARDO KOBRA

Da periferia de São Paulo para o mundo. Kobra começou a desenhar em muros na clandestinidade ainda durante a adolescência. O gosto pela espontânea arte de rua já era visível no garoto, que colecionava advertências por intervenções não autorizadas na escola e chegou a ser detido três vezes por crime ambiental.

“Acredito que pintar na rua é isso: trabalhar com mensagens simples, que todos possam compreender.”

(Foto: Arquivo pessoal)

ZEVS

Zevs é um grafiteiro francês contemporâneo anônimo, mais conhecido por sua série Liquidation, na qual pingava tinta de logotipos ocidentais reconhecíveis para transformá-los em ícones instáveis.

“Eu considero a expressão artística uma força oposta baseada no poder de si mesma. Eu inverto o poder de mudar o fluxo em minha vantagem.”

(Foto: Pinterest)

GALO

Formado em Arquitetura e Urbanismo, desenha e pinta desde 1993. Nos seus trabalhos, costuma criar um universo lúdico. Suas composições são, em sua maioria, monocromáticas – e interagem com a sujeira da parede ou qualquer outra intervenção já existente.

“Gosto de não precisar dizer nada, de não precisar perseguir uma lógica, uma coerência. Acho que a arte está aí para fazer nossa inteligência sorrir, então tudo pode servir de inspiração: uma situação do dia a dia, uma música, um fato que jamais existiu, uma cena impossível, uma máquina sem função.”

(Foto: Arquivo Pessoal)

*Matéria originalmente publicada na edição #257 da revista TOPVIEW.

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