CULTURA ARTES

Conheça as apostas para o futuro da arte no país

Galeristas indicam artistas paranaenses que colaboram para o futuro da arte no país

Terra de Poty Lazzarotto, João Turin, Adalice Araújo e Paulo Leminski: o Paraná mantém vivo seu legado como berço degrandes nomes da arte e cultura brasileira. Lar de Alfredo Andersen, Guido Viaro e Juarez Machado, o estado segue revelando talentos que moldam e  reinventam o cenário artístico nacional.

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Nesta edição, a TOPVIEW mergulha no universo da nova geração de artistas paranaenses, que despontam com força no cenário contemporâneo. Para isso, contamos com a curadoria de dois ícones da arte no estado: Zilda Fraletti, da Galeria Zilda Fraletti, e Malu Meyer, da SOMA Galeria.

Indicações

Zilda Fraletti, curadora da Galeria Zilda Fraletti, é um dos principais nomes quando se trata da valorização da arte paranaense. Com 40 anos de história, a galeria que leva o seu nome é responsável pelo lançamento e pelo destaque de artistas da região.

A Galeria Zilda Fraletti demonstra o poder da arte contemporânea em Curitiba e foi uma das primeiras a exaltar a arte moderna na capital paranaense. Zilda não só faz a curadoria para as exposições como, também, eleva o cenário artístico com a promoção de exposições, feiras, cursos e acompanha de perto o desenvolvimento da carreira dos artistas.

Malu Meyer, diretora-executiva da SOMA Galeria, exalta a modernidade da arte em Curitiba. Desde os anos 1990, dedica-se a fazer florescer na juventude o interesse pelo mundo artístico.

A SOMA Galeria une artes plásticas, fotografia, música e dança. O espaço não só apresenta ao público novos artistas como faz da arte um elemento vital. Para aproximar os espectadores da arte, a galeria promove eventos únicos nos quais as obras se tornam o convidado principal.

O futuro

Guiados pelo olhar experiente de pessoas como Zilda Fraletti e de Malu Meyer, novos nomes prometem dar continuidade ao legado artístico do Paraná. “São artistas que estão em constante busca de crescimento e têm se destacado nos últimos anos”, diz Zilda sobre as indicações. Malu destaca a rica pesquisa para a produção contemporânea, que dá poder aos trabalhos dos artistas escolhidos por ela.

Conheça os indicados pelas galeristas que contribuem para o futuro da arte paranaense.

Ana Serafin – aposta de Zilda Fraletti

“Ana vê a tela em branco como um veículo para explorar a liberdade das formas e da cor”, exalta Zilda Fraletti. A paranaense formada em Pintura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná é especialista em arte abstrata.

A artista tem uma poética própria, explica a galerista. Ela materializa o instinto e explica por meio dos pincéis. “É uma pintura que aproxima, emociona, troca conosco, não tem exageros, não complica nem se esconde”, afirma Zilda.

Ana Serafin 160x160cm 2024: Ana Serafim. Sem título. Acrílica sobre tela. 2024. (Foto: Eve Ramos)

Com obras valorizadas predominantemente na capital paranaense, Ana fez uma grande exposição no Museu Municipal de Arte (MUMA) em 2024. A artista também já expôs em outros estados brasileiros, como Santa Catarina, São Paulo, Goiás e Paraíba.

Além disso, ela teve os trabalhos reconhecidos em mostras internacionais: Lisboa (Espaço Cultural Junta de Freguesia de Penha de França), Buenos Aires (Coletiva Fundação Museu Rômulo Raggio) e Madri (Coletiva Casa do Brasil).

Karina Amadori – Aposta de Malu Meyer

Nascida em Pato Branco, no sudoeste do Paraná, Karina Amadori encontrou o amor pelas artes durante a formação em Terapia Ocupacional. A jovem fez os primeiros esboços de desenhos e esculturas durante o período de estudo.

“A seda se destaca em suas obras”, explica Malu. A artista usa até mesmo o casulo do inseto para compor as grandiosas esculturas. A galerista explica que a seda é um importante ativo econômico para o Paraná — de acordo com o Governo do Estado, a seda produzida em solo paranaense é reconhecida internacionalmente como uma das melhores do mundo, além de ser usada para produção de roupas da Chanel e da Hermés.

Karina Amadori. SEGREDOS DESVELADOS: O Invisível dos Corpos em Liberdade. Escultura. 2024. (Foto: Franklin de Freitas)

Em cartaz até 31 de dezembro no Palacete dos Leões, em Curitiba, Karina apresenta o equilíbrio entre a força e a delicadeza da matéria-prima encantadora elaborada pelo bicho-da-seda

Bruno Marcelino – Aposta de Zilda Fraletti

Cor, luz, superfícies e linhas são o ponto alto do trabalho de Bruno Marcelino. O jovem, natural de Campo Mourão, no centro-oeste do Paraná, é formado em Artes pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

As figuras tridimensionais encantam o público que prestigia o trabalho do artista. “Bruno nos ensina que não há limites para o que o outro pode perceber”, descreve a Galeria Zilda Fraletti. Com artes no acervo do Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, os trabalhos do artista ultrapassaram os limites do Paraná. Hoje, Bruno é também artista residente no Ateliê de Escultura do Instituto de Artes da UNESP.

Bruno Marcelino. Sem Título. Acrílica, esmalte e poliuretano sobre aço, alumínio e inox espelhado. 2023. (Foto: Leonardo Frederico Sguarez)

Além de contribuir com o cenário artístico ao criar as obras fora do padrão, Bruno agracia os apreciadores da arte com textos para exposições de outrosartistas.

Janete Anderman – Aposta de Malu Meyer

Natural de Palmeira, nos Campos Gerais do Paraná, Janete Anderman une a arte e a psicologia para criações únicas, que exploram as relações humanas e a convivência com a natureza.

“Sua pesquisa é sobre a fauna e a flora, usando a paisagem como referencial de suas pinturas”, apresenta Malu. A nova série de obras criadas por Janete exalta a exuberante e rica Mata Atlântica. Um dos projetos de maior destaque é o amboae Superagui, resultado de uma residência independente na Ilha de Superagui, a 150 km de Curitiba. A partir dessas obras, a artista lançará o primeiro livro.

Janete Anderman. Tuiuiú. 2024. (Foto: divulgação)

Além da arte e da terapia, a artista atua como designer e fotógrafa na indústria da moda e trabalhou para marcas ligadas a esse universo, como UseNatureza, Novo Louvre, Melissa e Jefferson Kulig. Para o público, Janete apresenta técnicas avançadas para a criação de peças únicas, desde a pintura até a fundição.

Malu relata que o ateliê de Janete é aberto à visitação, permitindo que os apreciadores acompanhem o processo criativo individual da artista.

Annette Skarbek – Aposa de Zilda Fraletti

A curitibana Annette Skarbek demonstra a vitalidade da arte em obras abstratas e poderosas. Formada em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e atuante na área, Annette Skarbek também encontrou na arte uma profissão para a vida.

Segundo a Galeria Zilda Fraletti, “Ela trabalha, principalmente, com colagem e pintura, tendo iniciado muito cedo a carreira nesta área”. Annette é mestre em Artes pela Universidade de Nova York.

Annette
Skarbek. Sem Título. Óleo sobre linho. 2022. (Foto: divulgação)

Ainda de acordo com a Galeria, as obras, embora com formas incertas, têm sempre um tema. O olhar cuidadoso da artista dá sentido aos fragmentos que se conectam em cada uma das peças. A bagunça central, que conta histórias, contrasta com o branco, que situa o espectador no cenário em que as tramas se passam.

Annette promove a construção em uma desconstrução. A artista promissora foi por duas vezes premiada no Salão Paranaense e participou de exposições coletivas e individuais, com destaque para obras no Museu Oscar Niemeyer, no Museu de Arte Contemporânea em São Paulo e na sede alemã da Universidade de Nova York. Em 2024, Annette expôs durante a 60ª Bienal Internacional de Veneza.

Onde prestigiar artistas paranaenses

Galerias

  • Zilda Fraletti (Av. do Batel, 1.750 – lojas 7, 8, 10, 12 – Batel)
  • SOMA (R. Mal. José B. Bormann, 730 – Batel)
  • Um Lugar Ao Sol (Av. Jaime Reis, 134 – São Francisco)
  • Solar do Rosário (R. Lourenço Pinto, 500 – Centro)
  • Simões de Assis (Alameda Dr. Carlos de Carvalho, 2.173 A – Batel)

Museus

  • Oscar Niemeyer (R. Mal. Hermes, 999 – Centro Cívico)
  • Memorial Paranista (R. Mateus Leme, 4.700 – São Lourenço)
  • Casa Alfredo Andersen (R. Mateus Leme, 336 – São Francisco)
  • Guido Viaro (R. XV de Novembro, 1.348 – Centro)

*Matéria originalmente publicada na edição #297 da TOPVIEW

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