A exposição Era Uma Vez o Moderno [1910-1944] é considerada a maior mostra sobre o modernismo brasileiro já realizada e está acontecendo na Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp, em São Paulo, até o final de maio.

CULTURA ARTES

100 anos da Semana de 1922 e os dias de hoje

Com o objetivo de transformar a visão de arte e trazer a brasilidade à tona, diversos artistas se reuniram para mudar a história do país cem anos atrás

14/03/2022

por Adriano Tadeu Barbosa

O ano de 2022 traz consigo a comemoração do bicentenário da Independência do Brasil, que se soma aos 100 anos da Semana da Arte Moderna de 1922. A Semana de 1922 aconteceu no Teatro Municipal de São Paulo, entre 13 e 18 de fevereiro, para romper os padrões estéticos – que, até então, eram inspirados nos europeus – e criar uma identidade brasileira, a começar pelo campos das artes.

Contextualizando o período, o mundo saía da Primeira Guerra Mundial devastado e São Paulo crescia no setor industrial, com migração maciça de estrangeiros e urbanização exponencial. A Semana de Arte Moderna reuniu artistas, literatos, poetas, pensadores e inaugurou a corrente do Modernismo no país.

Era um momento único para que a brasilidade se voltasse à sua própria construção, buscando na cultura popular nacional sua grande inspiração. A partir de então e com o passar dos anos, a brasilidade (também muito nítida na arquitetura) passou a não mais ser questionada, mas, sim, valorizada – com cada vez mais e mais eventos homenageando e se inspirando no que é brasileiro.

O nativismo, movimento que fez nascer o orgulho do que é nosso, somado a profissionais como Lina Bo Bardi e Di Cavalcanti, que referenciam pequenos artesãos em suas obras, inspira o regionalismo e o locavorismo ao defender o que tem na raiz do verde e amarelo. E isso é o que os pensadores e consumidores atuais, mais conscientes em diversos aspectos, buscam ao se conectar com marcas e pessoas que se expressam originalmente com seus valores e promessas de produtos e serviços.

Por isso, instantes como esse centenário, aproveitando as mensagens por ele deixadas, nos faz valorizar ainda mais as oportunidades que se apresentam em um momento tão misto e forte culturalmente, que busca ainda mais suas identidades.