Tá na rua: chefs indicam suas comidas de rua do <3
Comida baiana, ucraniana, mineira, japonesa, belga, francesa, polonesa, italiana, portuguesa, chilena… Não é preciso viajar para longe ou desembolsar pequenas fortunas em restaurantes sofisticados para provar essas delícias. Em Curitiba, a profusão de sabores está nas ruas, em feiras, barracas e carrinhos à disposição de todos e a um custo inacreditável. Tal qual um espaço social, a rua é o principal local de troca, contato, a união entre o familiar e o desconhecido, como sugere a jornalista italiana Carla Diamanti, no livro Comida de Rua – Snacks genuínos de todo o mundo. “A rua é uma mesa recheada do mundo (…). As ruas de um lugar desconhecido contam-nos muito, tanto ontem como hoje, sobre os povos, sobre suas tradições culturais e religiosas. E se a rua é o palco sobre o qual decidimos colocar o nosso mundo, o espetáculo ao qual decidimos assistir é o da gastronomia”, destaca. Só na capital, encontramos mais de 130 barracas, segundo a prefeitura de Curitiba, em feiras gastronômicas espalhadas pelos bairros. Dentre tantas opções deliciosas, dez renomados chefs da cidade elegeram suas comidas de rua preferidas e você confere uma a uma a seguir.
ALEXANDRE BRESSANELLI
chef da Go Cook!
Indica: cachorro-quente do Luigi
Avaliação: depois de cozinhar para dezenas de pessoas, o chef Alexandre Bressanelli gosta de passar numa barraca de cachorro-quente em frente à sua casa para provar aquele que é, em sua opinião, o melhor lanche de rua da capital. Saboroso e diferente, apesar de simples, o hot dog do Luigi tem uma farofa caseira crocante e um molho vermelho especial. “É preparado por um cara que sabe o que faz.” Segundo Alexandre, independentemente do clima, a barraca do Luigi está sempre lá, e esse é o grande diferencial.
Onde encontrar: Al-Shadai Hot Dog | Rua Mário Tourinho, duas quadras antes da Havan Barigui | De segunda a sábado, das 18h às 23h.
FLÁVIO FRENKEL
chef da Anis Gastronomia
Indica: Currywurst
Avaliação: para quem gosta de comida alemã, a escolha do chef Flávio Frenkel é um prato cheio. As famosas wursts (linguiças alemãs) com chucrute, molho de curry, purê de batata e mostarda compõem um autêntico prato germânico. Segundo Frenkel, o diferencial está no gostinho caseiro que lembra a infância. “Quando era criança e estava em Santa Catarina, comprávamos e comíamos wurst sempre. O bacana é que o Gerson [dono da barraca] vai àqueles mesmos lugares comprar os ingredientes para esse lanche.”
Onde encontrar: Currytiba Wurst | Feira da Praça da Ucrânia |Toda sexta-feira, das 17h às 22h.
EVA DOS SANTOS
chef do Bistrô do Victor
Indica: burrito de carne
Avaliação: a autêntica comida mexicana e sua mistura de sabores aguça o paladar da chef Eva dos Santos. Ela selecionou o burrito verdadeiro de uma tradicional barraca do Largo da Ordem. O quitute é feito com massa de trigo e recheado com carne moída incorporada a ervas mexicanas, guacamole, salada e purê de feijão. “Sinto falta de um autêntico mexicano em Curitiba. Para os mexicanos que vivem aqui e sentem saudades de casa, é uma ótima experiência gastronômica.”
Onde encontrar: feira do Largo da Ordem | Todo domingo, das 9h às 14h.
DANIELA CALDEIRA
chef do La Table Gastronomie
Indica: sanduíche de pernil
Avaliação: quando morou nos Estados Unidos, Daniela comia muito o pulled pork, que é uma carne de porco assada lentamente até soltar do osso. Aqui no Brasil, mata as saudades da delícia americana com o sanduíche de pernil da feira do Batel. “Adoro os temperos e a umidade do pernil, tudo combina perfeitamente. Com um molho de pimenta, então, é a felicidade em mordidas.” Para a chef, o prato é uma maravilhosa recompensa depois de um sábado de trabalho.
Onde encontrar: feira do Batel | Rua Carneiro Lobo, Batel | Aos sábados, das 12h às 21h.
GABRIELA CARVALHO
chef do Quintana Café
Indica: Bull Terrier
Avaliação: vegetariana e amante de comida orgânica, a chef recomenda um cachorro-quente com maionese vegetal, purê de batata e salsicha de soja. Apesar dos ingredientes frescos e saborosos, Gabriela destaca as ervas, os temperos e molhos caseiros – além do queijo de búfala que, segundo ela, faz toda a diferença no sabor. “Depois de aquecido, o queijo fica macio e se junta aos outros ingredientes. É uma delícia.” E uma ótima opção, até para quem gosta de carne.
Onde encontrar: Super Dog | Rua Manoel Pedro, esquina com Munhoz da Rocha,Cabral | Aberto de sábado a quinta, das 18h às 23h30.
KIKA MARDER
chef do Sel et Sucre
Indica: pastel do japonês
Avaliação: frito na hora, fresquinho, com massa crocante e tempero na dose certa. Assim é o pastel que conquistou a chef do Sel et Sucre. Apesar da receita simples, Kika o escolheu porque, para ela, as melhores comidas não precisam necessariamente ser sofisticadas, basta que sejam bem feitas. “A feira é um programa descompromissado, ótimo para se divertir em família e experimentar essa delícia”, declara.
Onde encontrar: Feira do Juvevê | Rua Alberto Bolliger, entre as ruas Augusto Stresser e Itupava. | Aos sábados, das 7h às 13h.
BETO MADALOSSO
chef da Forneria Copacabana
Indica: pastel de carne com ovo
Avaliação: a combinação do recheio suculento de carne moída, queijo e ovo, e uma massa crocante e sequinha atrai Beto Madalosso pelo menos uma vez por mês à Feira da Praça da Ucrânia. A tradição e o padrão de qualidade do pastel do Dêga influenciaram a escolha do chef, além do rock’n roll que sempre toca na barraca. O ovo cozido, segundo ele, transforma o convencional pastel de carne num delicioso quitute. “Essa sugestão vai para o Marcelo Amaral, do Lagundri. Ele vive me dando dicas de descobertas gastronômicas.”
Onde encontrar: Dêga Pastéis | Feira da Praça da Ucrânia | Funciona às sextas-feiras, das 17h às 22h.
JUNIOR DURSKI
chef do Restaurante Durski e rede Madero
Indica: pastel do Tadaschi
Avaliação: “O melhor pastel do Brasil. Muito mais saboroso que o do mercadão de São Paulo, que é superfamoso.” Por isso, o chef prova a iguaria cerca de duas vezes por semana. Com recheio farto no qual se encontra cebola, pimenta do reino, salsinha e temperos equilibrados, o pastel se destaca, segundo Durski, pela massa fina, crocante e sequinha – primordial para um bom pastel. “Comê-lo é, sem dúvida, acariciar as papilas gustativas. Apesar de simples, é uma refeição memorável.”
Onde encontrar: Feira Livre do São Francisco | Rua Davi Carneiro, entre Rua Duque de Caxias e Rua Nilo Peçanha | Quarta-feira, das 7h às 11h30.
DUDU SPERANDIO
chef do Ernesto Ristorante
Indica: pierogi do Tadeu
Avaliação: tradicional na cultura polonesa e figura conhecida nas feiras da capital, o pierogi do Tadeu é o preferido de Dudu Sperandio. O pastel cozido de massa fresca e macia, recheado com ricota e coberto por um molho vermelho de linguiça tipo Blumenau é, de acordo com o chef, o melhor pierogi que já provou. “Acho incrível como, com pouca estrutura e simplicidade, eles conseguem fazer esse prato delicioso”, diz.
Onde encontrar: Feira noturna do Batel | Rua Dr. Alexandre Gutierrez, entre as avenidas Iguaçu e Silva Jardim. | Terça-feira, das 16h30 às 21h30.
MANU BUFFARA
chef do Restaurante Manu
Indica: frango de feira
Avaliação: segundo a chef, mesmo quem não é fã de frango se rende à suculência desse prato. Para ela, o tempero caseiro e a competência do assador são os responsáveis pelo sucesso do sabor e aroma do quitute, escolhido por ela como a melhor comida de rua de Curitiba. “Meu marido compra todo sábado e o pessoal do restaurante também. Inclusive várias vezes já almoçamos esse frango”, ressalta. Para quem gosta da ave com milho, é uma ótima pedida.
Onde encontrar: Feira de Sábado | Rua Silva Jardim (próxima à Fonte de Jerusalém, conhecida como Fonte dos Anjos) | das 7h30 ao meio-dia.