Coluna Marina Bertoldi, setembro de 2017
Escrevendo esta coluna de Cartagena, cidade histórica na Colômbia, não posso deixar de pensar na exposição que visitei no Museu Nacional de Antropologia (MNA), na Cidade do México, há alguns dias. O museu é um dos mais potentes do mundo, com um acervo que eu nem acreditava ser possível aglutinar. Durante a visita à exposição temporária Frobenius: O mundo da arte rupestre ficou evidente o que há muito sabia, mas não havia visto de forma tão clara.
Leo Frobenius foi um explorador alemão, nascido em Berlim, em 1873, e responsável por amplas expedições aos territórios longínquos da África, Europa e Oceania a fim de registrar e reproduzir pinturas rupestres desconhecidas e inexploradas. Ele e sua equipe desenvolveram técnicas complexas de reprodução desses tesouros, mantendo-os o mais fiel possível ao que encontravam, sem adicionar ou até mesmo completar qualquer detalhe. São esses fac-símiles que estão expostos no MNA, até novembro.
Muitos valores da arte moderna buscaram nas pinturas rupestres seus alicerces. Uma exposição das descobertas, então recentes, de Frobenius foi feita no MoMa (Museu de Arte Moderna de Nova York) na década de 1930, e influenciou amplamente os artistas contemporâneos da época. Se narrativas seriam apenas parciais em conectar os dois períodos, separados por até seis mil anos, restam-nos as imagens para construirmos as analogias.
*Marina Bertoldi é art advisor, representante do Collectrium, aplicativo da Christie’s para gestão de coleções de arte. Também é idealizadora do Faísca, projeto para viabilizar o início de carreira de jovens artistas. Escreve neste espaço bimestralmente.
*Coluna publicada originalmente na edição 203 da revista TOPVIEW.
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