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Três mulheres brasileiras que revolucionaram o mundo dos vinhos

Apesar de, em um primeiro momento, o universo do vinho remeter a um ambiente masculino, patriarcal, as mulheres vêm cada vez mais mostrando como isso faz parte de um passado longínquo. É fato que muitas ainda enfrentam preconceito e barreiras, mas a presença feminina no setor tem crescido significativamente. Atualmente, dominam a arte de produzir vinhos diferenciados e estão presentes em todas as áreas do setor vinícola, desde a produção até a comercialização, e têm contribuído para o seu desenvolvimento. As mulheres estão assumindo papéis de liderança, implementando práticas sustentáveis e inovando nas técnicas de vinicultura.

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Deixo aqui dicas imperdíveis de três vinícolas nacionais conduzidas por mulheres incríveis, que produzem vinhos divinos que você precisa degustar e conhecer em 2025.

Amitié

Idealizada por duas amigas com grande experiência no segmento vitivinícola, a marca brasileira de vinhos e espumantes Amitié é um case de empreendedorismo feminino no mundo das taças e rolhas.

Lançada em 2018 pela sommelière Andreia Gentilini e a enóloga Juciane Casagrande, a Amitié – “amizade” em francês – nasceu com a ideia de explorar terroir diversos do Brasil. Com mais de 60 prêmios conquistados nos principais concursos do Brasil e do exterior, incluindo medalhas de ouro no Chardonnay du Monde e no Decanter World Wine Awards, a vinícola brasileira Amitié tem conseguido surpreender os consumidores com propostas ousadas.

Andreia Gentilini e Juciane Casagrande são as fundadoras da Amitié. (Foto: divulgação)

Uma delas é a linha superpremium OAK Barrel Colletcion, originalmente formada por dois rótulos de variedades brancas (Chardonnay e Viognier), que somam a duas castas tintas: Montepulciano, uva pouco cultivada no Brasil, e Pinot Noir, conhecida por sua delicadeza e complexidade.

Outra novidade apresentada recentemente é o Amitié Colheitas Shiraz, um vinho que mostra a grande riqueza que se pode alcançar na Serra da Mantiqueira, no Brasil, invertendo a estação e colhendo no inverno.

A marca foi lançada em 2018. (Foto: divulgação)

“Essa versão da Shiraz elaborada no Sudeste compõe nosso projeto mais inovador, que é a Linha Colheitas, em que produzimos vinhos nas quatro estações do ano, algo possível devido a condições únicas que o Brasil oferece”, finaliza Juciane Casagrande.

Vinícola Legado

Com 200 mudas de Cabernet Sauvignon que ganhou de presente de casamento de seu padrinho, Heloise Merolli colocou a bucólica região de Campo Largo, nos arredores de Curitiba, no cenário vitivinícola do Brasil e do mundo.

Heloise Merolli é a fundadora da Vinícola Legado. (Foto: divulgação)

A vinícola, localizada a 1.040 metros de altitude, iniciou suas atividades em 1998 e emprega o método de espaldeira de condução das vinhas. Na Vinícola Legado, as plantas são bem espaçadas e ficam a 1,20 m do solo, o que permite ótima ventilação e exposição ao sol. Com vinhos autorais, ampliou sua produção com castas diferenciadas e, hoje, soma ao terroir local de Cabernet Sauvignon mudas importadas de Bordeaux, como Merlot, Pinot Noir, Meunier, Viogner, Chardonnay e Fiano.

O espumante premiado que colocou os vinhos paranaenses no cenário internacional. (Foto: divulgação)

Além disso, ela confidenciou para nós uma novidade em primeira mão! Em outubro deste ano, Heloise vai lançar uma edição limitada na linha Flair, que será chamada Flair Brut Classique, millésime 2019. Composto das três uvas clássicas de Champagne e com 38 meses de autólise. Serão apenas 350 garrafas assinadas

Madre Terra

Pelas palavras da inspiradora Tainá Zanetti, Madre Terra é a força feminina presente na natureza e nos seres que aqui habitam. É a fonte primordial de toda a nutrição e da vida.

Situada na Capela São João, em Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul, a 847 metros de altitude, a Madre Terra é um sonho que Tainá colocou em prática, traduzindo em vinhos impecáveis a cultura da agricultura regenerativa, com respeito ao terroir e à sociobiodiversidade.

Tainá Zanetti é fundadora da Madre Terra. (Foto: divulgação)

Honrando a sabedoria ancestral, na Madre Terra, o tempo de afinamento dos vinhos e espumantes é contado em luas, reconhecendo a importância astral para os ciclos terrenos. “A lua, nosso relógio celeste, dita o ritmo dos nossos dias, dos ciclos da natureza, das marés, das colheitas. As luas são os marcadores ancestrais do tempo e todas as suas influências” conta Tainá.

A vinícola fica localizada no Rio Grande do Sul. (Foto: divulgação)

Atualmente, a vinícola produz 10 rótulos com as variedades Cabernet Franc, Merlot, Teroldego, Pinot Noir e Marselan, além das brancas Riesling, Chardonnay e Gewurztraminer. Os vinhos da Madre Terra que me chamaram muito a atenção foram Ventrez Gewurztraminer, Cicloz Marselan e Auraz Rosé.

*Matéria originalmente publicada na edição #298 da TOPVIEW

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