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#LeiaMulheres: uma seleção de poderosos livros escritos por elas

A TOPVIEW apresenta a seguir uma seleção de cinco autoras, nacionais e estrangeiras, para relembrar, conhecer ou prestar atenção

Entre 1990 e 2004, os homens foram três quartos dos autores publicados no Brasil. Dados como esses, levantados pela pesquisadora e crítica Regina Dalcastagné, e a própria percepção de falta de representatividade em eventos e prêmios literários e nas livrarias inspiraram, no Brasil todo, um movimento conhecido como Leia Mulheres, de grupos dedicados à leitura e discussão de obras de escritoras. Mas essa é uma movimentação mais ampla, que continuamente ganha hashtags e reportagens pelo mundo. A TOPVIEW apresenta a seguir uma seleção de cinco autoras, nacionais e estrangeiras, para relembrar, conhecer ou prestar atenção.

Marie Ndiaye

Os romances da escritora francesa têm atmosferas fantásticas, personagens fascinantes em suas falhas e fragilidades, uma espantosa entrega à violência dos sentimentos e a temática do despertencimento, sobretudo em famílias fragmentadas e mulheres deslocadas. Seu Três Mulheres Fortes venceu o prestigioso prêmio Goncourt, em 2009.

Três Mulheres Fortes Trad.: Paulo Neves Cosac Naify 304 págs.

Marie Ndiaye

Elvira Vigna

As obras de Elvira Vigna (1947 – 2017) são marcadas por uma linguagem cortante e nada sentimental, mesmo quando falam sobre relacionamentos e amor. Mais comum é que uma visão de mundo desiludida e um humor cruel tensionem as narrativas de “prosa inquietante”, como já foi escrito.

Por Escrito Companhia das Letras 312 págs

Elvira Vigna

Conceição Evaristo

Sensação da Flip (Festa Literária de Paraty) de 2017, a escritora mineira traz a vivência da mulher negra na sociedade brasileira para suas obras. Em contos e romances, o cotidiano opressivo cresce na sua escrita poética, de olhar tão sensível.

Olhos D’Água Pallas 116 págs.

Conceição Evaristo

Herta Müller 

A escritora romena, Nobel de Literatura de 2009, escreve sobre a vida sob regimes autoritários e os efeitos da violência e do terror, ela mesmo tendo sida perseguida por um governo ao se recusar a colaborar com o serviço secreto. Sua prosa, seja na ficção ou nos ensaios, é permeada por imagens potentes e reflexões.
Sempre a Mesma Neve e Sempre o Mesmo Tio Trad.: Claudia Abeling Biblioteca Azul 248 págs.

Herta Müller

Leïla Slimani

A franco-marroquina é uma das convidadas da Flip deste ano e é considerada um expoente da nova literatura francófona com seu romance – premiado com o Goncourt de 2016 e traduzido para diversos idiomas – sobre uma babá que mata as crianças de quem cuidava. A partir daí, em uma narrativa cheia de tensão, ela trata de questões pertinentes aos tempos atuais, como preconceito entre classes e culturas, o papel da mulher e as cobranças da maternidade.
Canção de Ninar Trad.: Sandra M. Stroparo Tusquets 192 págs.

Leïla Slimani

*Matéria originalmente publicada na edição 211 da revista TOPVIEW

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