ESTILO

As aventuras em família de Claudia Portela que foram transformadas em livro!

Curitibana Claudia Portela narra histórias dos mais de mil dias velejando ao redor do mundo no livro Bravo - Três Anos, Três Oceanos

Quem nunca imaginou largar tudo (ou quase tudo) para conhecer o mundo? Foi o que a curitibana Claudia Schirmer Portela, seu marido Ricardo Portela, os filhos Giovanna, Lygia e Ricardo e o yorkshire Dudu fizeram nos três anos a bordo do catamarã Bravo de 44 pés.

Durante a viagem pelos cinco continentes, Claudia manteve um diário de bordo que serviu de base para o livro Bravo – Três Anos, Três Oceanos, que relata as histórias e experiências dos locais por onde passaram.

A volta ao mundo era um sonho que ela e o marido Ricardo (carioca radicado em Curitiba, que veleja desde os 14 anos de idade) tinham desde que começaram a namorar. A viagem contava com um planejamento inicial de percurso, mas sem um itinerário rígido ou tempo fechado para realizá-lo. “Se ficássemos com medo ou a viagem não fosse nada do que havíamos pensado, tínhamos liberdade para voltar”, explica. Fora que, por causa das crianças pequenas (Lygia, Giovanna e Ricardo iniciaram a jornada com 14, 13 e 11 anos, respectivamente), a viagem deveria ser feita com segurança.

A decisão de dar a volta ao mundo não significou abandonar tudo no Brasil: Ricardo, dono de uma construtora, continuou trabalhando via e-mail; os filhos, em um acordo com o colégio, levaram material para estudar durante a viagem e quando retornaram validaram os três anos em alto-mar. Apenas Claudia teve de começar do zero: fechou a clínica de psicopedagogia que tinha antes da viagem e, na volta, fez a terceira pós-graduação, em neuropsicologia e hoje trabalha no Hospital de Clínicas.

O livro foi lançado no ano passado, quatro anos e meio após o desembarque. Claudia diz ter demorado a escrevê-lo porque precisou superar a morte do yorkshire Dudu quando reorganizavam a vida em Curitiba, além de um período de depressão pós-viagem. O último desafio foi vencer a insegurança pelo resultado final do livro, vencida com o desempenho positivo em vendas e críticas. O livro está disponível para venda no site da editora Íthala (www.ithala.com.br).

Mundo, grande mundo

Veja os marcos da viagem que começou no dia 12 de dezembro de 2005 e terminou em 12 de dezembro de 2008

REPÚBLICA DOMINICANA

O título do capítulo referente ao país é “o pior lugar do mundo”. Não é por menos. foram necessárias três ancoragens até conseguirem a comida, a água e o combustível de que necessitavam. Nas duas primeiras, as autoridades locais cobraram valores absurdos na bandeira de cortesia e na imigração. só conseguiram o que precisavam na terceira tentativa, quando um americano, dono de um resort, resolveu a questão dando cinco dólares ao oficial da vez.

ESTADOS UNIDOS

Foram sete meses em Annapolis até que a temporada de furacões se encerrasse. Lá, os três filhos estudaram em um colégio e adquiriram a fluência no inglês.

BAHAMAS

A intenção era ficar apenas três dias por lá. Mas a amizade feita com uma família de canadenses e a beleza do local fizeram com que a parada se estendesse por um mês.

OCEANO PACÍFICO

Entre Galápagos e as ilhas Marquesas, na polinésia francesa, foram 21 dias sem ver um pedaço de terra. Durante a longa travessia, foi visto, de longe, apenas um barco chinês.

SANTORINI

Na cidade grega, Claudia viu o pôr do sol mais belo da viagem. O entardecer faz com que o branco das casas e o azul dos telhados fiquem rosa. “É fantástico”, diz.

SRI LANKA

A ilha ao sul da Índia, que estava em guerra civil, foi o local que mais surpreendeu Claudia pela bondade das pessoas e pela gastronomia. “Cheguei chorando porque não queria entrar na ilha e saí chorando porque não queria sair”, diz.

INDONÉSIA E TAILÂNDIA

A beleza dos países e de seus povos, aliada à cultura completamente diferente da nossa, fizeram desses países os mais diferentes da viagem. “as crianças amaram a região”, conta.

EGITO

Foi o local que mais decepcionou Claudia. a corrupção dos policiais e a localização das pirâmides no Cairo, próximas a um lixão, fizeram com que a visita fosse, segundo ela, uma experiência horrível.

OMÃ

Foram três dias de muito medo na região conhecida pela pirataria. Ao todo foram oito tentativas de ataque ao Bravo. Claudia conta que a situação foi similar à que aconteceu no filme Capitão Phillips (incluindo a semelhança dos barcos e dos piratas). Estrelado por tom Hanks, o filme conta a história real de Richard Phillips, capitão de um cargueiro mantido refém por piratas somalis.

PAPUA NOVA GUINÉ

No trajeto entre Fiji e Papua Nova Guiné, o barco ficou dez dias sem leme, por causa da fadiga dos quase dois anos de viagem, agravada pela difícil condição de navegabilidade enfrentada na região. Devido ao mau tempo, ondas passavam por cima do barco constantemente.

*Coluna editada por Newton Gomes Rocha Jr., com reportagem de Daniel Batistella, e publicada originalmente na edição 164 da revista TOPVIEW.

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