Arquitetura Design e o legado de grande impacto
Autoral. O termo vem sendo usado em larga escala para transmitir valor à assinatura do autor. Mas o suposto atributo individualiza uma ação que só é bem-sucedida a partir de um processo de criação coletiva que pode resultar, inclusive, em ícones arquitetônicos. Para o arquiteto Flavio Schiavon, sócio da Baggio Schiavon Arquitetura (BSA), o risco de colocar um profissional no centro do empreendimento é tornar a obra limitada. “Pode haver traços que identificam um arquiteto e eles até serem oportunos do ponto de vista de marketing, mas isso não representa necessariamente os desejos das pessoas interessadas em viver ou trabalhar em determinados empreendimentos”, observa.
Há 40 anos ao lado do sócio e arquiteto Manuel Baggio, além de um grande time focado em inovação e maximização de resultados, a dupla deu início a uma trajetória de serviços prestados à arquitetura contemporânea que hoje é reconhecida pelo seu legado de alto impacto, especialmente na capital paranaense. “Todos os nossos projetos começam no papel, no grafite, na prancheta. Definidas as premissas vamos para o computador e utilizamos ao máximo a tecnologia de informação voltada à arquitetura. Os programas tridimensionais permitem que a gente entenda uma obra por todos os ângulos e refine esse design. A lapidação de um empreendimento é realizada como uma obra de arte. Mas o trabalho da BSA vai além de buscar referências mundo afora. Buscamos a melhor implantação para um determinado terreno. Entendemos todas as limitações impostas pela Prefeitura, nos adequamos às normas técnicas e desenvolvemos projetos absolutamente funcionais, eficientes e tecnicamente adequados”, pontua Schiavon.
Equação de respeito
Logo nos primeiros anos da BSA, o escritório incrementou a paisagem de umas principais avenidas de Curitiba, a Avenida Cândido de Abreu, com um empreendimento inigualável, o edifício comercial World Business, que desde então desponta absoluto em um dos cartões-postais da capital paranaense. “Nós tivemos que fazer um malabarismo gigantesco para criar uma torre que usasse todo o potencial do terreno e que ainda assim pudesse acomodar um grande número de veículos no seu estacionamento, nos seus subsolos”, recorda. Schiavon conta que o projeto surgiu com um grande desafio, de ser construído em um terreno que já tinha uma agência bancária e precisava ocupar o espaço disponível, que era um estacionamento, para utilizar o potencial construtivo. “Criamos uma torre bastante alta, com seus 28 pavimentos, ao lado de um edifício que já tinha uma personalidade bem marcante. Com muito respeito ao que já existia, estudamos linhas que pudessem se harmonizar e não competir com o edifício ao lado”, ensina.
A solução coletiva da equipe de profissionais da BSA e parceiros que desenvolveram o World Business foi criar uma grande extensão da fachada, com uma fachada opaca, e uso de janelas relativamente pequenas na parte branca, separando um edifício do outro e fazendo a curva, voltada para o Centro Cívico, envidraçada. “O elemento curvo foi realmente aquela ousadia da mão no papel, tal qual no residencial Tonino Lamborghini (empreendimento da BSA em Balneário Camboriú, apresentando em janeiro de 2020)”.
A comparação com o Tonino Lamborghini Residences Balneário Camboriú pode parecer paradoxal pelas propostas antagônicas de cada empreendimento, mas ilustra perfeitamente o que Schiavon considera essencial em qualquer trabalho “entender a alma de um projeto”. “Precisa entender onde o empreendimento está localizado, qual o talento, a vocação daquele lugar. Quais são as peças, os componentes que cercam aquele lugar. Quem são as pessoas que possivelmente vão estar lá, no que elas se ligam, quais são as preocupações, ambições e o que elas buscam como elementos para fazer suas vidas. A partir dessas respostas nós começamos a construir um conceito”, explica. No caso do Tonino Lamborghini, vale ressaltar que o mercado de luxo desponta com arrojo no mercado imobiliário catarinense. E, sem dúvidas, um investimento mais generoso abre mais possibilidades no sentido de o arquiteto poder conferir um aspecto visual com mais força ao empreendimento. Portanto, a inspiração para esse empreendimento residencial não só levou em conta o setor automotivo, as linhas dos carros da Lamborghini, mas também os outros elementos de design da marca, que produz jóias, relógios, artefatos e móveis. “Dali foram retiradas diversas diferenças, como as linhas curvas, elementos marcantes, linhas muito fortes, um conjunto de características determinantes para chegar a um projeto único”, esclarece.
Schiavon considera delicado distinguir o grau de importância entre obras realizadas durante quatro décadas, cujos desafios transbordam complexidade e competem em prazo de conclusão. “Acredito que vários empreendimentos das BSA trazem a visão de tecnologia de construção, simplificação de projetos e de ineditismo em termos de impacto visual. O Corporate Jardim Botânico é uma das obras que me vem à mente quando penso na representatividade de nossa atuação. O CJB, edifício que elevou significativamente o número de pessoas que circula na região, vai muito além do design. Essa foi uma obra enorme, de 38 mil metros quadrados, que representou um grande desafio em termos de industrialização de processos por conta de seu curto tempo de execução. Gosto muito do seu impacto visual.
Para concluir, o World Business, ainda é nosso empreendimento mais emblemático por conta de sua proposta minimalista. “Mesmo após 20 anos esse empreendimento tem uma importância para a cidade muito grande e sua visibilidade nunca será alterada”, atesta. Verdade. Não há quem não se exaspere ao olhar aquela linha curva que nasce no chão e termina no ponto mais alto do edifício.
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