Retrofit em alta: como Curitiba lidera a revitalização urbana
Com a falta de terrenos na região central de Curitiba e o avanço dos custos ambientais e regulatórios da construção civil, o retrofit — a requalificação sustentável de edifícios antigos — ganhou força e virou tendência no mercado imobiliário. Os dados confirmam o movimento: no primeiro trimestre de 2025, a Região Sul registrou crescimento de 14% no valor geral de vendas desse tipo de empreendimento, ultrapassando R$ 23 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC).
VEJA TAMBÉM: A arquitetura e o retrofit na recuperação de espaços
Para a advogada Patrícia Valdivieso Hessel, da VKS Advogados, o sucesso de qualquer operação passa por uma análise profunda das regras municipais e da situação original do imóvel. “A viabilidade do retrofit exige atenção minuciosa ao zoneamento urbano e à compatibilidade do novo uso desejado”, explica. Segundo ela, como o retrofit não tem tipificação específica na legislação federal, o respeito ao Plano Diretor, ao Código de Obras e à Lei de Zoneamento torna-se ainda mais decisivo.
CONFIRA: Gramado ganha ícone da arquitetura contemporânea com técnica milenar de madeira carbonizada
“É prudente analisar as normas urbanísticas sobre riscos e necessidade de ajustes no projeto”, destaca.
Além de sustentável, a estratégia vem se consolidando como alternativa ao modelo greenfield — quando tudo é construído do zero. Com aproveitamento de estruturas já existentes, o retrofit reduz custos, acelera aprovações e minimiza impactos ambientais, alinhando revitalização urbana e responsabilidade. E, como aponta Patrícia, Curitiba está preparada para avançar ainda mais: a modalidade pode inaugurar um ciclo de renovação que preserva o passado enquanto projeta o futuro.
*Com assessoria de imprensa.