Projeto personalizado ou com personalidade?

Faz todo sentido possuir um espaço para morar ou trabalhar que seja adequado ao estilo de vida dos usuários do espaço. Ter personalidade é fundamental! Uma casa não pode ser um mero espaço decorativo, uma sala de novela, ter uma mesa em que as crianças não podem sentar. Como já dizia o atemporal poeta Carlos Drummond de Andrade, em seu poema Casa Arrumada:

“Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar. Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha. Sofá sem mancha? Tapete sem fio puxado? Mesa sem marca de copo? Tá na cara que é casa sem festa. E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.”

O bem-estar dos moradores de uma casa está muito ligado ao que ela reflete, satisfazendo seus desejos, proporcionando alegrias e emanando as energias que eles desejam. Na decoração afetiva, parte-se da ideia de trazer essas experiências para o ambiente físico, eternizando memórias por meio de objetos, móveis e cores.

Ou seja, na decoração afetiva, não existe bonito ou feio, brega ou chique, arrumado ou desorganizado. O que existe são sentimentos e senso de pertencimento. Cabe ao profissional absorver as preferências e os estilos que o cliente imagina para seu projeto para, depois, transformá-lo em realidade. O arquiteto entra como um guia, um curador, a fim de criar um caos organizado que só o cliente entende, afinal, “casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente”.

Um projeto com personalidade é aquele que é construído de acordo com a forma de viver de cada um, bem diferente de um projeto personalizado. Aquele que não tem a intenção de transmitir inspiração e bem-estar aos moradores reflete apenas uma tendência do momento, porque, no fim, o importante são as memórias que construímos no lugar que chamamos de lar.

+ 1 item de decoração afetiva 

VASO 208 MS HIPPIE MURANO
R$ 1.125,18
Onde encontrar: cristaiscadoro.com 

*Matéria originalmente publicada na edição #256 da revista TOPVIEW.