Manifesto! Gustavo Neves e Iran Junior assinam manifesto na DW! Tour Balneário Camboriú
O arquiteto Gustavo Neves e o visagista Iran Junior, juntos na condução criativa da Le Fatagis, transformam o Cubo, espaço expositivo do Casahall Design District, num manifesto reflexivo sobre a construção do amanhã a partir das ações e gestos do agora. Uma verdadeira cápsula do tempo que interliga presente e futuro.
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Na paisagem montada, que serve como convocação às mudanças necessárias para a continuidade da vida humana na Terra, os profissionais apresentam os novos tapetes Equinócio Verão e Inverno da Coleção Orbital, lançada com exclusividade na Oriente-se. Entremeados por objetos e resíduos que remontam o atual retrato da humanidade.
Numa alusão a um sítio arqueológico, onde o solo revela os vestígios das gerações de outrora, o duo não poupa críticas ao momento de consumo desenfreado, relações mediadas e esvaziadas por tela, a prática do descarte que polui os oceanos e desequilibra o ciclo de regeneração da Terra. Nesta lógica de vida, o apocalipse é cenário que emerge sem esperança à frente.
Sobrecarregada pelo aquecimento global e destruição dos reinos mineral, vegetal e animal, passamos a correr riscos de extinção. Aqui, pensamos de maneira futurística para representar, então, o que seriam nossos fósseis após a dizimação total. Fazemos uma alusão filosófica ao termo apocalipse e quais seriam os restos de nossa civilização -, comentam.
O ambiente marca a realização da DW! Tour Balneário Camboriú, no Casahall Design District. Com realização da Oriente-se Tapetes e DS Contemporânea, a visitação é aberta ao público até 31 de setembro.
Leia o Manifesto lançado por Gustavo Neves e Iran Junior na Mostra Cubo Casahall Design District:
Manifesto
Somos vestígios do futuro. Matéria tecida no presente no ritmo dos nossos passos e ações cotidianas. Cada escolha, cada gesto, cada interação que conforma o rumo da história escrita na crosta terrestre. Nossos corpos são como letras arqueológicas, semeiam no solo as palavras inscritas em peregrinação pelo tempo.
Qual a história que estamos firmando neste espaço ocupado e habitado? O que deixaremos aterrado como pista que revela o metabolismo da vida contemporânea, hoje em dia, afobada em compromissos, consumos desenfreados, estímulos enquadrados em mínimas telas que nos tiram do eixo da própria existência e da mediação com o mundo, com os outros? Como o nosso estar no mundo afeta a permanência da nossa ideia de civilização?
Não estamos à parte, somos a Natureza deste tempo em ebulição constante. Como ciclos, como estações, como constelações.