Givago Ferentz – construindo emoções
A ligação com as artes desde a infância e o prazer de cozinhar e celebrar a vida com pessoas próximas são detalhes da personalidade do arquiteto Givago Ferentz, 28 anos, que estão impressos em seu trabalho. Um dos novos nomes da arquitetura curitibana, ele está há cerca de quatro anos no mercado e já se tornou uma referência, principalmente na área de gastronomia, que hoje representa mais de 90% das demandas do seu escritório. Formado pela Universidade Positivo (UP), com pós-graduação em Obras Públicas de Edificações e em Gestão de Escritório de Arquitetura, Ferentz encabeça os principais projetos de sua empresa e é coordenador regional das Câmaras Técnicas do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU-PR). Ferentz busca imprimir no ambiente as necessidades, demandas e sonhos do cliente, sem esquecer a funcionalidade e as exigências de um espaço gastronômico. Principalmente, ele procura despertar o encantamento no usuário final. “Eu não vendo arquitetura, vendo histórias, e preciso buscar no cliente o que ele pode passar para o projeto”, explica.
“Eu não vendo arquitetura, vendo histórias.”
Sua assinatura em cada projeto é discreta, presente em peças de restauro ou no mobiliário e montagens em tons amarelos. “Tenho uma preocupação com a reutilização e a ressignificação das peças”, destaca. Essa “garimpagem” por objetos que possam traduzir e imprimir personalidade ao espaço pode partir de materiais que já façam parte da história do cliente – como móveis de família – ou de situações que Ferentz cria para que o cliente expresse suas ideias e objetivos, como acompanhá-lo até espaços inusitados em busca da composição do visual ideal. “Isso é muito importante para a fase de criação. O cliente também quer participar, quer se expressar”, enfatiza.
Democrático, ele recorre não só às referências clássicas com que teve contato ainda na universidade, mas também a uma rede de profissionais nos principais polos de produção de arte e cultura no mundo para ficar conectado às tendências. “Olho muito para fora, faço muitas releituras de estilos, de conceitos”, explica. No Café Municipal, ao lado do Mercado Municipal de Curitiba, por exemplo, o toque urbano do projeto fica por conta da obra temática do grafiteiro Nuno Skor que estampa a parede. Já no Café do Viajante, no Centro Cívico, Ferentz recorre aos conceitos da arquitetura brutalista em conexão com cenários mundiais para proporcionar uma “viagem” ao cliente. “Minha grande preocupação é despertar emoção no usuário final”, resume.
*Matéria publicada originalmente por Danielle Blaskievicz na edição 204 da revista TOPVIEW.