Florarte
Nosso convidado do mês é o jovem artista plástico pontagrossense Matheus Guilherme, aqui apresentado através de suas pinturas de naturezas mortas em preto e branco.
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Sua obra, carregada de reminiscências infantis dos antigos arranjos florais das casas de sua família, é abertamente pictórica, revelada por pinceladas largas em infinitas tonalidades e gestos precisos.
A natureza, representada ao longo de toda história da pintura, teve nas flores um de seus temas centrais. Jan Bruegel, o pintor flamengo nascido em 1568, foi um dos grandes do gênero. Do barroco de Bruegel ao fauvismo de Matisse, passando pelos jardins impressionistas de Monet, os temas florais nunca saíram de pauta nas artes plásticas e também na arquitetura.
Ao retomar esta tradição, Matheus nos surpreende com uma paleta em tons de cinza e inesperadas mudanças de escala. Acrescentando uma outra camada de leitura às suas obras, que passamos a vincular com imagens em preto e branco e ampliações, somente surgidas com o cinema e a fotografia em tempos mais recentes. Apesar de seu trabalho não buscar nenhuma relação com a imagem hiper-realista das telas e impressões, estas acabam por fazer uma mediação entre suas pinturas e os elementos retratados, numa contaminação de sua obra pela grande produção de imagens a que nos habituamos.
O resultado é elegante, integrando de forma sublime tradição e contemporaneidade.
Boa Fruição!
– Marcos Bertoldi
Matheus Guilherme nasceu em 1996, é natural de Ponta Grossa – PR e atualmente mora em São Paulo – SP. Doutorando em Artes Visuais na Universidade Estadual Paulista (UNESP), Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e graduado em Licenciatura em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Desenvolve desde 2017 uma pesquisa contínua que permeia as relações entre a memória, fotografia e a presença. Buscando por meio da memória ativações poéticas, utilizando a fotografia como base na elaboração das pinturas, por vezes se apropriando e transformando imagens, por vezes se utilizando de fotografias próprias e também utilizando a pintura de observação direta em seus trabalhos. Os trabalhos variam entre pequenos, médios e grandes e também as cores têm importância no processo poético, uma vez que podem ser coloridas ou em diferentes escalas de preto e cinza.
Principais Exposições coletivas
2023 – “A perder de Vista” Galeria Izabel Pinheiro – SP
2022 – “+100 = 22/Quantos patos na lagoa?” Galeria B_arco – SP.
2022 – “Pinturas e Tangentes”. Leo Bahia Arte Contemporanea. ES
2021 – “Acervo Rotativo – Oficina Cultural Oswald de Andrade – SP”
2021 – “Insurgencias da memória – Galeria Brecha – RS”
2021 – “DESLOCC as paisagens – Pelotas – RS”
2021 – “26º Salão de Artes de Vinhedo – Vinhedo – SP”
2020 – “Identidade da Linha – Castro – PR”
2019 – “1º Salão de Jovens Artistas” em Ponta Grossa – PR
2019 – “Territórios Inexatos” em Castro – PR
2019 – “Proclamando o Devaneio” em Ponta Grossa – PR.
2017 – “15º Salão de arte de Ubatuba” em São Paulo
Exposição individual
2023 – “Quem tem andado entre as violetas e o violeta” Galeria Leo Bahia Arte Contemporânea, Vitória – ES:
2023 – “Pinturas de Flores e outras sortes” Ponta Grossa – PR
2019 – “Anúncio de um fim próximo” em Ponta Grossa – PR
*Matéria originalmente publicada na edição #287 da TOPVIEW.