Cristina Alho e a reedição autorizada do mobiliário de José Zanine Caldas
Uma das grandes referências no uso da arquitetura e design de mobiliário é a madeira. Como item sustentável nas construções e forma de viver, já que, sendo certificadas em todo processo, do plantio ao corte e distribuição, ela se torna um item renovável no meio ambiente, trazendo personalidade e ainda mais referência brasileira aos projetos.
Aos 102 anos de idade, se estivesse vivo em 2021, José Zanine Caldas saberia usar a descrição acima e por isso é aclamado até hoje entre os designers, arquitetos e maquetistas, – três dos seus reconhecimentos durante sua trajetória brasileira – tendo recebido das mãos do arquiteto Lúcio Costa o título de Arquiteto Honorário, em 1991.
Baiano com vivência e projetos em várias regiões brasileiras, o mestre da madeira, como é reconhecido, tem nas mãos da empresária Cristina Alho a consultoria das reedições autorizadas de móveis Zanine Caldas.
Carioca, que sempre trabalhou com o design assinado, o convite para trabalhar a marca José Zanine Caldas veio do filho de Zanine, Zanini, em 2016, quando ele reeditou vários itens desse mobiliário, e segue rumo a 2022 com sólidas parcerias entre lojistas em todo Brasil, exclusivos da marca por região.
Uma boa história a se contar, é a da própria Déa Zanine Caldas, a Cuca, que nomeia uma das poltronas criada em 1950 e atualmente mais vendidas do mestre, em homenagem à sua filha. A peça chama a atenção pelo espaldar alto e se destaca pelo conforto. Neste ano, foi referenciada em várias mostras de decoração brasileira.
O mobiliário de José Zanine Caldas, através da sua fábrica paulista da década de 50, com o material e a técnica utilizados, ajudou a escrever uma parte importante da história do design no Brasil e foi responsável pela introdução do móvel moderno nas casas brasileiras. Com o fim, nos anos 60, da sua fábrica, ele se envolveu em diversos assuntos da área e de forma mais ativa na preservação de florestas e no uso correto da madeira, tanto as abandonadas, que eram transformadas em mobiliários escultóricos, quanto na arquitetura, criando um núcleo de pesquisa sobre o uso das madeiras brasileiras na construção civil.
“E nesse momento, após tempos difíceis em pandemia, o brasileiro voltou a valorizar o que é feito aqui, tem significado e desenho reconhecidos pela nossa história e características verde e amarelo, o que facilitou muito meu trabalho e dos lojistas em apresentar e convidar o cliente final e profissional da área de decoração e arquitetura a conhecerem ainda mais José Zanine Caldas”, reforça Cris Alho, assim reconhecida por quem se aproxima de seu trabalho.
A trajetória desse ícone do design brasileiro para o mobiliário fez criar o Instituto Zanine Caldas, pelos herdeiros, para poder formatar o Museu Zanine Caldas e cuidar melhor do acervo do mestre da madeira, deixando eterna a sua história.
Confira um bate-papo realizado em 2021 com as autoras do Livro José Zanine Caldas, conduzido por mim e pela própria Cristina Alho: