Em busca do equilíbrio energético: como usar o feng shui em casa
Morar é muito mais do que escolher um lugar confortável e bonito para se estar com a família e os amigos. Trata-se, ainda, de respeitar o entorno da habitação. No entanto, isso não é visto como uma novidade, afinal, a civilização sempre buscou respeitar a região na qual escolheu ficar.
Um exemplo disso é o modo como os primeiros moradores do Planeta escolhiam suas casas no início da civilização. Segundo a Escola Nacional de Feng Shui, quando as pessoas começaram a erguer suas construções, elas se preocupavam em alinhar as fachadas das moradias conforme a posição do Sol.
Esse cuidado, no entanto, teria conexão com o que, hoje, é identificado como a origem do feng shui. O termo surgiu na China há pelo menos 3 mil anos. Essa arte significa, literalmente, “vento e água” e estuda a influência do espaço no bem-estar das pessoas e a forma como os locais nos quais elas vivem e trabalham refletem em como elas se sentem. “Trata-se de uma técnica milenar que considera a harmonia da natureza com o homem”, afirma Juliana Viveiros, espiritualista da iQuilibrio, plataforma que auxilia as pessoas a buscar equilíbrio em diversas áreas da vida.
Por isso, o feng shui não só pode como é usado para que a casa emane a sensação de equilíbrio físico, mental e espiritual. Para saber como equilibrar esses elementos, alguns espiritualistas utilizam o baguá, ferramenta que é considerada um “mapa de energia”.
Segundo Juliana, ele deve ser utilizado por um profissional que saiba ler e identificar onde está a falta de equilíbrio no local. No entanto, há algumas “regras básicas” que podem ser aplicadas a suas casas. A espiritualista explica que, se a pessoa tem uma parte da casa que é dedicada ao trabalho, ela deve colocar algo relacionado à água naquele ambiente, para dar movimento às energias profissionais. Além disso, o uso de cor amarela pode ser bom por atrair riqueza.
Já para o quarto, a especialista alerta que a cabeceira da cama não pode estar na mesma parede que, do outro lado, tenha o banheiro. Conforme ela, este é um local de muita “sujeira energética”. “Além disso, não é recomendável que a cabeceira fique embaixo da janela ou que a própria cabeceira seja vazada. Isso dá uma sensação de que a pessoa não está segura. O ideal é ter uma cabeceira de madeira, já que o material consegue canalizar e potencializar a energia”, revela.
A respeito da escolha das cores, Juliana diz que gosta de indicar tons mais pastéis, nada muito escuro ou carregado. “Para o quarto de crianças, indico o amarelo claro, que traz aconchego e faz com que o bebê se sinta seguro”, sugere.
O uso das cores e suas energias, no entanto, não é só utilizado pelo feng shui. A arquiteta Ana Cristina Avila adota a arquitetura da felicidade, ou seja, constrói espaços funcionais com o design e a espiritualidade das cores.
Representante do Brasil no Color Marketing Group – associação internacional para profissionais de design de cores – e integrante curitibana no Comitê Brasileiro de Cores, a profissional diz que seu propósito é levar uma arquitetura cheia de alegria por meio das cores e suas energias. “Nosso trabalho é diferenciado por sempre conter uma paleta de cores específica para cada cliente”, elucida.
Segundo ela, as cores têm um significado e elas podem mudar de acordo com as fases diferentes da vida. Em projetos corporativos, a arquiteta gosta de entender qual é o momento da vida do cliente e/ou da marca. “Faço uma aproximação ver- dadeira para que eu possa entender em que processo de vida ele(a) está. Em projetos corporativos, entendo em qual momento está a empresa: se está buscando uma posição no mercado, em uma nova etapa, re- formulação, etc. Tudo isso faz com que a gente determine a cor para representar, porque ela é emoção e se posiciona e representa aquilo que você quer”, analisa Avila.
Ela ainda dá um exemplo de como a cor pode interferir no meio corporativo. “Se uma equipe está em um momento introspectivo, que tenha profissionais mais estudiosos, com pouca explanação e muita reflexão, você precisa estimular esse espaço e propiciar um equilíbrio energético para essas pessoas”, explica a arquiteta.
Foi justamente para marcar o início de sua jornada como empreendedora que a dentista especialista em odontologia estética Ana Paula Stachuk utilizou cores em sua clínica. “Como eu estava iniciando essa fase, em uma sala nova, foi usada a cor laranja para me trazer uma energia mais alta. Eu sempre fui uma pessoa colorida, mas, depois disso, percebi por que gosto de cores. Elas são energia”, comenta.
(Fotos: Achi_Viz | Marcelo Stammer)