ESTILO ARQUITETURA & DECORAçãO

CASACOR: 30 anos de decoração no Paraná

O legado de patrimônio, cultura, design, indústria e marketing da CASACOR no estado

Em tudo há estilo. Cada pequena escolha diária expressa uma maneira diferente de interpretar a vida, desde a forma de arrumar a casa (a física e a interior) ao modo de se relacionar com o mundo de fora. O jeito multicultural de viver a cosmopolita Curitiba foi revelado, ao longo das últimas três décadas, pela CASACOR. Com a chegada da mostra à capital de alma bucólica, a decoração no estado ganhou um novo – e significativo – capítulo. Essa história começou a ser escrita em 1994, quando a exposição inaugurou sob a direção de Marina Nessi. 

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Fachada da 15ª edição, que ocorreu no Clube Concórdia em 2008 (Foto: divulgação)

Natural de Porto Alegre, a empresária iniciou sua trajetória no mercado de decoração numa loja voltada para revestimentos de interiores. Foi quando ela explorou conceitos ainda pouco conhecidos no segmento, empreendedorismo que a fez ser convidada para implantar a CASACOR na Região Sul. Ao se destacar no Rio Grande do Sul, Marina também despertou o interesse dos curitibanos, num momento em que o mercado local ainda não havia despontado e a concentração se dava no eixo Rio-São Paulo. 

Nomes emblemáticos como Yara Zitronenblatt, Yara Mendes, Judy Nunes, Jayme Bernardo, Eduardo Mourão e Beatriz Sera se mobilizaram para trazer a experiência da gaúcha para a terra paranaense. O arquiteto Jayme Bernardo declara que a mostra foi a vitrine para o seu trabalho alcançar projeção nacional. “A CASACOR foi histórica desde a sua primeira edição, um sucesso que acontece até hoje. Ela trouxe movimentos que mudaram a rota da decoração no Paraná e para a minha carreira trouxe visibilidade, foi onde pude mostrar meu trabalho”, diz ele.

Eduardo Mourão, arquiteto e proprietário do Studio Casa, comenta sobre a satisfação de ter contribuído para que a exposição chegasse a Curitiba. Na sua visão enquanto expositor e fornecedor, a CASACOR colaborou para o grande desenvolvimento e qualificação do segmento. “Ela promoveu a valorização de profissionais, revelou novos talentos e estimulou o surgimento de mais lojas. Hoje, temos um setor muito mais sólido e engajado em promover a filosofia do morar bem”, chancela o Embaixador da TOPVIEW.

Ao apresentar lançamentos, tendências e inovações mundiais para a relação do homem com o espaço físico, a CASACOR conquistou prestígio. Desde o princípio, esses valores foram agregados ao estilo de vida da gente do Paraná: à estética das cidades; à preservação patrimonial; ao incremento da indústria e comércio. Essa herança eclética resultou em projetos que resgataram as vivências do passado tradicional e inspiraram as experiências da modernidade contemporânea. 

Pórtico de Entrada e Praça da CASACOR Paraná em 2010, projeto assinado por Wilson Pinto (Foto: divulgação)

Diversas tipologias foram exploradas pela empresária. Desde a ocupação da Casa Gomm, no longínquo 1994, passando por magníficos palacetes, residências clássicas, prédios modernos e imóveis esquecidos, até chegar ao apelo urbano. Ao incentivar o uso da cultura local, resgatando suas origens e valorizando suas raízes, a CASACOR não só difundiu a identidade paranaense, como atravessou as paredes dos interiores para contribuir com o desenvolvimento econômico de Curitiba e influenciar todo o estado.

Os 30 anos da mostra somam mais de 1.300 ambientes assinados, com a participação de mais de 1.000 profissionais expositores e a visita de mais de meio milhão de pessoas – uma média de 30 mil por edição. 

A exposição iniciou sua trajetória com espírito modesto, mas com forte vocação profissional. O trabalho bem executado, somado ao engajamento público, destacou a marca em cinco frentes: patrimônio, cultura, design, indústria e marketing. Nas próximas páginas, a TOPVIEW elenca os principais fatos que fizeram a CASACOR saltar de uma grande vitrine de decoração para um case de sucesso em negócios no Paraná.

Precursora de tendências

“O novo morar”, expressão cravada no mundo pós-pandêmico, foi prenunciado pela CASACOR há décadas. Muito daquilo que comumente é visto na decoração hoje, já havia sido apresentado nos ambientes da mostra anos atrás. Não raramente, essas propostas vanguardistas eram julgadas como impraticáveis por grande parte do público, “estávamos muito à frente do nosso tempo”, explica Marina Nessi.   

Num passado não tão distante, pós-revolução industrial, as moradias eram vistas apenas como local para manutenção das necessidades básicas humanas. A CASACOR favoreceu a quebra desse paradigma logo no início dos anos 1900, ao mostrar a funcionalidade das residências. A exposição preconizou o lar multifuncional, que contava não apenas com os cômodos básicos, mas também com ambientes exclusivamente elaborados, como os home offices, que já demonstravam ser possível trabalhar sem precisar sair do domicílio. 

A casa enquanto espaço de autocuidado mais amplo, um abrigo afetivo onde pessoas se relacionam e se entretêm, também foi um conceito promovido pela CASACOR. Esse lugar de reconexão foi apresentado em inúmeros formatos ao longo dos anos, de livings a spas privativos. Lavabos e banheiros conquistaram seu lugar na decoração e as marcas de louças e metais, como a Deca, passaram a investir em design assinado nas peças funcionais das áreas íntimas.

Os mais variados públicos receberam espaços pensados para eles, dos amantes de esportes ao universo infantil. As diferentes necessidades foram consideradas, do morar compacto às grandes famílias. Os ambientes comerciais, corporativos e públicos também ganharam novas nuances com as propostas da mostra. Dentre as inúmeras tendências adiantadas pela CASACOR, cinco se destacam:

Convivência social

“Socialização” também não é um termo novo para a CASACOR. Espaços descontraídos, criados para estimular a interação entre as pessoas, foram prioridade desde as primeiras edições. As luxuosas salas de visitas das casas antigas, reservadas exclusivamente para momentos solenes, deram lugar a ambientes convidativos para permanecer. A mostra apresentou como áreas sociais: halls de entrada; salas de estar, jantar e jogos; bares; espaços para leitura; livings; – muitas das vezes, integrados às piscinas e jardins. 

Salão de Festas, assinado por Ivan Wodzinsky, em 2003 (Foto: divulgação)

Experiências gourmet

A evolução dos costumes, o desejo de receber em casa e o aumento do gosto por cozinhar fez com que a cozinha tradicional, antes reduzida à condição de “área de serviçais”, passasse a ser uma “área social”. Seguindo essa premissa de promover o convívio familiar e bem receber os convidados, a CASACOR propôs novos espaços gourmet para as residências, como churrasqueiras e adegas. A exposição também lançou tendências para projetos comerciais, como restaurantes, bares, cafés e bistrôs. 

Cinema em casa

Os famosos home theaters, que viraram objetos de desejo nos anos subsequentes, foram apresentados logo na primeira edição da mostra. A CASACOR introduziu o conceito para os profissionais expositores, orientando que, além da tecnologia focada em áudio e vídeo, a ambientação seria a grande responsável por proporcionar a experiência de cinema em casa. Integrado ao trabalho de técnicos especializados nesses equipamentos, peças de mobiliário, iluminação e detalhes decorativos deveriam ser selecionados a dedo para criar o espetáculo residencial.

Consciência ecológica

A sustentabilidade é pauta constante nas discussões da cadeia produtiva nos últimos anos. Desde a primeira edição, os expositores da CASACOR foram inserindo esse ideal dentro do novo ciclo de relação do homem com a natureza, que aos poucos se formava. Além da preservação do meio ambiente, o verde tão presente nos projetos atuais por meio do design biofílico, já era explorado em espaços ao ar livre ou trazido para os ambientes internos. Essa consciência estimulada pela mostra venceu resistências, ganhou velocidade e hoje está consolidada mundo afora. 

A casa e a cor

Ousar nas cores? Essa já era uma realidade no início dos anos 2000. Em sua 10ª edição, a CASACOR apresentou um condomínio de lofts onde implantou um trabalho, até então, inédito na exposição: curadoria de cores. O Comitê Brasileiro de Cores realizou um extenso trabalho de pesquisa e apontou uma seleção de tons vibrantes como tendência, sendo esta a cartela apostada pela exposição. Essa proposta de ambientes mais coloridos inspirou o público curitibano que, após a mostra de 2003, passou a ousar mais nas paletas cromáticas de seus projetos.

Suíte do Bebê, assinada por Kethlen Ribas Durski, em 2008 (Foto: divulgação)

Da vitrine ao negócio 

Expositores de reconhecida experiência, fornecedores premium, matérias-primas nobres e mão de obra competente fizeram da CASACOR uma iniciativa aclamada. Esse conceito de qualidade total não só alavancou o mercado de interiores, mas também fez da mostra um grande palco de lazer, entretenimento e conexões, que foi capaz de superar seu nicho. Além de inspirar o público com projetos emblemáticos, a marca promoveu networking e gerou business. 

Com diversas estratégias pioneiras, tornou-se um evento capaz de agregar valor aos parceiros que se associam a ele. A adesão de grandes empresas, inclusive fora do trade de decoração, permitiu que a CASACOR atuasse também como meio de comunicação, divulgando produtos e serviços que atingem um público altamente qualificado. Por ano, são mais de 100 marcas parceiras que se envolvem com esse espetáculo, sendo mais de mil pessoas envolvidas em todo o processo de estruturação, desenvolvimento e construção da mostra. 

Parcerias de sucesso 

Há lojistas que apostam na CASACOR desde sua entrada em Curitiba, como é o caso da Ton Sur Ton. “Nós somos a única loja que participou oficialmente de todas as edições desse evento, que representa um crescimento constante para o nosso negócio. A partir dele, fomos aprendendo a diversificar nossa oferta de produtos e nos tornarmos competitivos em todos os níveis”, analisa a proprietária Sonia Elias. Ela completa que a mostra proporcionou um valioso ensinamento: a decoração enquanto arte, não somente como embelezamento de projetos.

Uma importante incentivadora da exposição foi a proprietária da Inove Design, Eviete Dacol. Ela relembra que, enquanto designer de produto, teve uma grata surpresa ao poder visualizar as peças de decoração dentro de uma casa. “Antes da CASACOR, os produtos eram apresentados em fundos brancos de softwares, showrooms ou indústrias. Vê-los ambientados em cenografias funcionais, elaboradas por profissionais, elevou a experiência a outro patamar, pois foi possível entender o conjunto do projeto”, cita a empresária. 

Café Concerto, assinado por Maurício Pinheiro Lima e Carla Mattioli, em 2008 (Foto: divulgação)

Outra parceira de longa data, que em 2024 retorna à mostra, é a Balaroti. A diretora de relacionamento, Beatriz Rodrigues, reforça que a inserção na CASACOR é uma maneira eficaz de aumentar a visibilidade, credibilidade e competitividade dentro do setor. “A exposição reúne profissionais renomados, marcas líderes e público interessado. Essa combinação potente promove um intenso intercâmbio de ideias, relações estratégicas e oportunidades de negócios, o que vem fortalecendo a reputação da nossa marca ao longo de muitos anos”, assegura.

Foram conceitos precursores como esses, hoje chamados de “marketing de experiência”, que modificaram toda a cadeia produtiva da decoração de interiores paranaense. “A experiência sensorial promovida pela CASACOR elevou a demanda dos clientes para o alto padrão, esse alto nível de exigência fez com que a categoria se preparasse melhor e, por consequência, crescesse exponencialmente”, acrescenta a sócia-diretora da CASACOR Paraná, Lauren Nessi Maurer. 

Evolução do mercado

A CASACOR foi um pilar fundamental para posicionar a arquitetura de interiores como uma profissão reconhecida no Paraná, é o que afirma o presidente da Associação Paranaense dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA/PR), Frederico Carstens. “Antes, nossa atuação era praticamente vista como um hobby. A CASACOR nos ajudou a organizar o mercado como respeitável e sólido. Tornou-se uma referência de como conceituar nossa atividade e apresentar portfólio”, opina o arquiteto. 

O “morar bem” sempre esteve em alta para a CASACOR, espaço onde arquitetos, designers e decoradores puderam se tornar difusores de estilo de vida. O trabalho desses profissionais conduziu o grande público a ter um olhar mais apurado para compreender suas necessidades e tomar decisões mais acertadas ao projetar. 

Sala Vip e Piano Bar, assinado por Karen Camilotti, em 2010 (Foto: divulgação)

Esses elencos também foram responsáveis por modificar a indústria e o comércio do segmento, que desejavam dar respostas a consumidores cada vez mais rigorosos. Dentre as centenas de expositores que já passaram pela mostra, são inúmeras trajetórias profissionais que foram valorizadas, viabilizadas e consolidadas pela CASACOR.

Participando pela primeira vez em 1995, a arquiteta Angela Chinasso teve o início de sua sólida carreira marcada pelo evento. Neste ano, após um período, ela retorna para a casa como expositora. “Foi ali que tudo começou, definitivamente, uma importante vitrine para o meu trabalho. Participar da edição que completa os 30 anos de história da marca no Paraná é muito simbólico e gratificante para a minha carreira. Esse retorno representa um elo muito forte com a CASACOR”, afirma. 

Apesar de todas as mudanças naturais do mercado, os talentos da nova geração entendem a relevância de marcar presença na exposição. A jovem arquiteta, Karolinna Venturi, participa da mostra pela quarta vez. Ela defende que, apesar das novas possibilidades de divulgação de trabalho também serem importantes, como é o caso das plataformas digitais, nada substitui ou causa o mesmo impacto que a CASACOR. 

Casa Maldivas, assinada por Alessandra Gandolfi, em 2018 (Foto: divulgação)

“Os profissionais precisam participar dessa grande vitrine para destacar seu trabalho, esse é o espaço onde o escritório pode mostrar sua identidade de forma aprofundada. Não somente potenciais clientes te conhecem, mas você também chama a atenção de fornecedores, parceiros e colegas. São diversas conexões necessárias para solidificar sua carreira”, aconselha a arquiteta.

Os 30 anos da mostra somam

+ de 1.300 ambientes assinados
+ de 1.000 profissionais expositores
+ de meio milhão de visitantes – uma média de 30 mil por edição

1994

Av. Batel, 1824 
Tema: O design a serviço do homem

O design a serviço do homem (Foto: divulgação)

1995

Av. Batel, 1387 
Tema: Ambientes Residenciais em uma Casa de Época

Ambientes Residenciais em uma Casa de Época (Foto: divulgação)

1996

David Carneiro, 270 
Tema: A história de um renascimento…

A história de um renascimento… (Foto: divulgação)

1997

Al. Dr. Carlos de Carvalho, 417 
Tema: Uma proposta de vida para o ano 2000

Uma proposta de vida para o ano 2000 (Foto: divulgação)

1998

Av. Batel, 1387
Tema: Revisita ao Palacete do Batel

Revisita ao Palacete do Batel (Foto: divulgação)

1999

Carmelo Rangel, 444 
Tema: Reviver o Novo 

Reviver o Novo  (Foto: divulgação)

2000

Des. Costa Carvalho, 140 
Tema: Decoração moderna convivendo com a identidade da cidade

Decoração moderna convivendo com a identidade da cidade (Foto: divulgação)

2001

Av. Agostinho Leão Jr., 257 
Tema: A Casa dos Sonhos

A Casa dos Sonhos (Foto: divulgação)

2002

Paulo Gorski, 1356 
Tema: Arquitetura Contemporânea na Capital Ecológica do Brasil

Arquitetura Contemporânea na Capital Ecológica do Brasil (Foto: divulgação)

2003

Rua Piquiri, 102 
Tema: Habitar o Tempo

Habitar o Tempo (Foto: divulgação)

2004

Alf. Ângelo Sampaio, 1980 
Tema: Cores e Etnias do Paraná

Cores e Etnias do Paraná (Foto: divulgação)

2005

Francisco Beltrão 99 
Tema: Memória – Inovação – Ecologia

Memória – Inovação – Ecologia (Foto: divulgação)

2006

Cel. Romão de Oliveira Branco, 389 
Tema: O Exercício do Luxo

O Exercício do Luxo (Foto: divulgação)

2007

Av. Vicente Machado, 1794 e 1800 
Tema: A Arte do Século XX

A Arte do Século XX (Foto: divulgação)

2008

Pres. Carlos Cavalcanti, 815 
Tema: Estilo Curitiba 

Estilo Curitiba  (Foto: divulgação)

2009

Barão dos Campos Gerais, 970 
Tema: Eco-Criatividade e Responsabilidade Social 

Eco-Criatividade e Responsabilidade Social  (Foto: divulgação)

2010

Francisco Juglair, 171 
Tema: Morar Verde em Curitiba

Morar Verde em Curitiba (Foto: divulgação)

2011

Paulo Gorski, 1175 
Tema: Residência Familiar

Residência Familiar (Foto: divulgação)

2012

Al. Carlos de Carvalho, 389 
Tema: Retrofit 

Retrofit (Foto: divulgação)

2013

Francisco Domakoski, 153 
Tema: Estilo Curitiba

Estilo Curitiba (Foto: divulgação)

2014

Av. Munhoz da Rocha, 1504 
Tema: Luzes no Ribalta

Luzes no Ribalta (Foto: divulgação)

2015

Fernando Amaro, 60 
Tema: Consumo Consciente

Consumo Consciente (Foto: divulgação)

2016

João Tschannerl, 880 
Tema: Celebração

Celebração (Foto: divulgação)

2017

Av. Victor Ferreira do Amaral, 2291 
Tema: Foco no Essencial

Foco no Essencial (Foto: divulgação)

2018

Sérgio Pereira da Silva, 10 
Tema: A Casa Viva

A Casa Viva (Foto: divulgação)

2019

Cel. Menna Barreto Monclaro, 423 
Tema: Planeta Casa

Planeta Casa (Foto: divulgação)

2020

Pátio Batel 
ParkShoppingBarigüi 
Projeto Janelas CASACOR

Projeto Janelas CASACOR (Foto: divulgação)

2021

Álvaro Alvim, 91 
Tema: A Casa Original 

A Casa Original (Foto: divulgação)

2022

Álvaro Alvim, 91 
Tema: Infinito Particular

Infinito Particular (Foto: divulgação)

2023

Álvaro Alvim, 91 
Tema: Corpo & Morada

Corpo & Morada (Foto: divulgação)

*Matéria originalmente publicada na edição #288 da TOPVIEW.

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