A (re)construção da identidade brasileira

Aos poucos, o mundo nos convida para um respiro livre e uma retomada marcada pelo fim de um momento histórico da humanidade. Agora, (re)pensar a nossa identidade enquanto brasileiros é um ótimo exercício.

Convido você, leitor, não somente a olhar os fatos que fazem de nós uma mistura étnica de povos que organicamente se uniram para formar um país chamado Brasil, com processos políticos, sociais e culturais que até hoje transformam nossa forma de se encaixar no mundo. Convido a diversificar o olhar, refletir no que o passado pode ensinar para o futuro, pensar no que pode fazer com que verdadeiramente sejamos reconhecidos como únicos no mundo.

Ao construir uma identidade, os comportamentos sociais, filosóficos e humanos são essenciais, além do tempo, para que tudo possa resultar em evolução. Para isso, é preciso encarar a História, o que nossos antepassados têm a contar, o que nos fez chegar até aqui. E há lugar melhor para contar histórias do que os museus?

Acredito que a curadoria e a arte devem ser as vertentes direcionais para entender o processo que nos formou enquanto brasileiros. Mais do que nunca, com as reinaugurações do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, e do Museu do Ipiranga, em São Paulo, para 2022, temos, hoje, a chance de construir novamente o que chamamos de nossa.

Cabe aos fatos históricos, objetos, livros e até mesmo aos materiais cinematográficos eternizar os registros como fontes da nossa (re)construção. Mas é de responsabilidade brasileira os atuais e futuros significados que podemos reunir ao transformar tudo o que já vivemos em possibilidades para tudo aquilo que ainda podemos viver.

*Fotos: Rocha Ribeiro | Tânia Rêgo | Agência Brasil 

*Matéria originalmente publicada na edição #254 da revista TOPVIEW.