Arquitetas dão dicas para usar tapetes de forma funcional em salas, cozinhas e banheiros

Nunca é tarde para deixar a casa mais aconchegante, certo? E há diversas maneiras para isso, seja trocando um sofá ou mudando as cortinas, por exemplo. Outra opção é investir em bons tapetes – que podem proporcionar mais conforto visual, térmico e acústico –, itens indispensáveis em todos os projetos. 

Quem busca uma opção mais funcional, pode adquirir modelos mais neutros. Já aqueles marcantes, com diferentes formas e texturas, são indicados para quem busca mais personalidade no espaço. E o mais interessante é que os tapetes são peças curinga, pois podem compor os espaços de diferentes estilos e ajudar na delimitação dos ambientes. “O tapete pode ser um complemento ou o grande destaque do projeto”, observa a arquiteta Alessandra Gandolfi.

“Agora com os porcelanatos e revestimentos frios no piso os tapetes de lã e materiais mais aconchegantes, como os persas, são uma ótima solução para o inverno e, também, uma forma de mudar o décor sem grandes reformas”, finaliza.

As formas orgânicas são a grande tendência do décor em 2022 e também para os próximos anos. Aquelas inspiradas na natureza e em diferentes tabelas cromáticas fazem parte desse conceito e trazem um olhar atual sobre o momento em que vivemos. O tapete Espiral, assinado por Juliana Vasconcelos e Matheus Barreto com exclusividade para Botteh Handmade Rugs, tem como ponto de partida as formas orgânicas e a contemporaneidade do design nacional. Produzidos de forma artesanal, as peças contam com a mais pura lã e tingimento com pigmentos naturais.

Cuidados

As arquitetas Ieda e Carina Korman, do escritório Korman Arquitetos, ressaltam que o uso de tapetes exige alguns cuidados. Caso o cliente já tenha uma peça que seja herança da família, por exemplo, o décor será feito com base nela. “Um tapete deve ser escolhido de acordo com a rotina da família e com o ambiente que será colocado”, diz Ieda. 

Uma casa com pet ou crianças, por exemplo, pede por uma peça mais resistente e fácil de limpar. Já uma casa de praia dispensa peças de lã ou mais peludas. “Nesse caso, o melhor é optar por fibras naturais, corda náutica ou algodão, por exemplo”, explica Ieda.

Tamanho

Para definir o melhor tamanho para um tapete, é preciso levar em conta os mobiliários do ambiente. “Em um living, o recomendável é que o tapete seja cerca de 15 ou 20 cm maior do que a área que delimita. Eles devem, ainda, se estender em 20 cm para dentro do sofá”, pontua Carina. As poltronas devem estar inteiramente sobre da área do tapete, ou com ao menos metade de seu comprimento.

Nas salas de jantar, o indicado é que o tapete tenha ao menos 60 cm a mais do que o lado maior do tampo da mesa. “Assim, é garantido que, ao mover a cadeira, ela não se enroscará na peça”, explicam as arquitetas. Mesmo assim, as medidas são variáveis de acordo com cada caso. “É importante se atentar e respeitar o desenho da peça, valorizando-a”, indica Ieda.

Entendendo a necessidade dos ambientes

Os ambientes diferentes exigem tapetes diferentes. De forma geral, espaços com muita movimentação precisam receber peças de gramatura mais baixa, deixando os tapetes mais felpudos e robustos para os locais em que se passa mais tempo sentado, ou que pedem por aconchego.

“Quartos e home theaters são perfeitos para os modelos peludos, mas cuidado com clientes que possuem alergia”, diz Ieda Korman. “Amamos especificar tapetes que peguem toda a extensão da cama, mas, quando se trata de pessoas alérgicas, o melhor é optar por no máximo dois tapetes pequenos ao lado da cama, de fibra lavável”.

Cozinhas, por sua vez, dispensam tapetes. Já os banheiros podem receber peças pequenas à frente da bacia, pia ou chuveiro, garantindo uma pisada confortável.

Combinação

Ao pensar em dar um match dos tapetes com o décor, é possível analisar o padrão de estampas e cores em conjunto com as texturas e paletas do mobiliário. “Se o cliente já possui uma peça marcante, ou optou por um desenho exclusivo e personalizado, o tapete será o ponto de partida. Mas, no geral, os tapetes são os últimos itens a serem definidos”, analisa Ieda.

Dessa forma, é possível levar em conta a paleta de cores escolhida para todo o ambiente, buscando por harmonia. “Quando há o desejo por uma sobreposição de tapetes, que dão bossa aos projetos, o ideal é escolher uma peça mais neutra, para a base, e ousar no tapete que vai por cima”, indica.

Em alguns casos, os desenhos e padrões marcantes são como obras de arte no chão e funcionam como ponto de destaque. Para quem busca apenas o conforto da peça, as neutras são sempre as mais indicadas, sem risco de errar.