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Esacalada do cybercrime exige mudança cultural das empresas

Um ataque pode custar mais de R$ 5 milhões a uma companhia de médio porte. A implementação de camadas básicas de proteção custa uma fração disso

Se já é assustador ser vítima de um ataque de hackers em algum aplicativo, imagine quando isso paralisa uma linha de produção industrial inteira. Esse cenário é recorrente entre as empresas brasileiras, que sofrem cerca de 550 mil ataques cibernéticos por dia. O país ocupa a liderança desse ranking na América Latina, respondendo por cerca de 90% dos casos.

A informação foi apresentada por Frankllin Nunes, head de soluções cloud e arquitetura da Teltec Solutions, durante o Fórum de Competitividade organizado pelo World Trade Center (WTC) Curitiba, com mediação de Caio Castro, CEO da iCities.

Nunes afirma que a segurança de dados é um tema ainda encarado com certo descuido por parte do empresariado nacional. “Muitas empresas enxergam a segurança da informação como despesa, não como investimento. Esse é o principal erro”, afirma Nunes.

Ele calcula que um ataque bem-sucedido pode custar mais de R$ 5 milhões a uma companhia de médio porte, enquanto a implementação de camadas básicas de proteção custa uma fração disso. “Quando mostramos essa comparação, o empresário percebe o real ROI da segurança. O retorno não está em vender mais, mas em evitar prejuízos devastadores”, explica.

Além das ferramentas tecnológicas, Nunes reforça que o ponto mais frágil de qualquer sistema é o fator humano: “Cerca de 90% dos ataques bem-sucedidos começam com uma falha humana. Por isso, o treinamento de usuários, do estagiário ao CEO, é fundamental”, aponta ele.

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Para Daniella Abreu, presidente do WTC Curitiba, a mudança cultural é o maior desafio. “Quando falamos de segurança de dados, ainda há resistência. Mas a segurança da informação é mais do que um tema técnico, trata-se de um tema de liderança, de CEO”, diz, destacando que o assunto deve estar nas reuniões de conselho, ao lado de finanças, marketing e inovação. “É parte da estratégia corporativa, e não apenas uma linha do orçamento de TI.”

A Teltec Solutions, referência nacional em cibersegurança, atua com diagnósticos de maturidade e planos de proteção em múltiplas camadas. “Nosso papel é mostrar que segurança da informação é sobrevivência corporativa. Não importa o porte da empresa. Se ela está conectada, está vulnerável.”

De acordo com Nunes, o avanço da inteligência artifi cial trouxe ao mesmo tempo ganhos de agilidade e precisão, mas também riscos inéditos. “Os criminosos também usam IA para automatizar
ataques. Hoje não há mais alguém escolhendo manualmente uma vítima. São os robôs que fazem isso de forma contínua e aleatória. A questão já não é ‘se’, mas ‘quando’ sua empresa será atacada”, conclui Nunes.

Maior plataforma de negócios do mundo, com atuação em 90 países há mais de 50 anos, o World Trade Center está presente nas cidades de Curitiba, Joinville, Porto Alegre, Sinop, Brasília e Balneário Camboriú, sob a presidência de Daniella Abreu, tendo como presidente do Conselho Estratégico Gilberto Peralta, presidente da Airbus no Brasil.

Todos os eventos realizados ao longo do ano pelo WTC Curitiba têm a parceria de mídia da plataforma TOPVIEW Business.

*Matéria originalmente publicada na edição #306 da TOPVIEW.