FASHION MODA

Flavia Aranha apresenta coleção “Floresta” na SPFW N60

Inspirada na vivência da estilista na floresta, a nova coleção propõe um olhar poético e sustentável sobre o futuro da moda

A Flavia Aranha apresentou, na SPFW N60, a coleção “Floresta”, um desfile que reafirma o propósito da marca em construir uma moda viva, conectada à natureza e às urgências climáticas do presente. Inspirada pela convivência da estilista com a floresta, a coleção traduz a relação entre ser humano e natureza em formas, texturas e movimentos que evocam regeneração, continuidade e comunhão.

(Foto: Ze Takahashi | @agfotosite)

“A floresta virou minha casa e também um novo idioma”, afirma Flavia. A partir dessa vivência sensorial, as peças exploram a arquitetura das folhas e a dança cósmica da vida, com roupas funcionais que protegem do frio, vento e chuva, sem perder o caráter poético.

(Foto: Marcelo Soubhia | @agfotosite)

O desfile propõe uma moda que une estética e ciência por meio de biomateriais e processos colaborativos. Entre as inovações, estão o uso de látex amazônico em impressão botânica, desenvolvido com a Da Tribu; um biotêxtil de algas criado pelo designer David Cabra, pigmentado com índigo, argila vermelha e verde; e uma parceria com a startup Aiper, que desenvolve corantes naturais a partir de bactérias — incluindo um tom de verde inédito produzido com bactérias amazônicas.

(Foto: Marcelo Soubhia | @agfotosite)

A marca também retoma sua pesquisa com a fibra de malva, usada tanto em mechas brutas quanto em fios para a criação de tecidos 100% naturais.

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A coleção valoriza saberes tradicionais e colaborações artísticas. O artista indígena Xadalu Tupã Jekupé assina pinturas manuais em panôs de alguns looks, enquanto ceramistas de Cunha (SP) produziram colares, anéis e brincos exclusivos. Do Acre, chegam as peças de marchetaria amazônica, e da parceria com a Canoa Arte Indígena, biojoias com sementes de tiririca cultivadas por mulheres do povo Krahô, no Tocantins.

(Foto: Marcelo Soubhia | @agfotosite)

Um manifesto pela regeneração

(Foto: Ze Takahashi | @agfotosite)

Apresentado em sintonia com a pré-COP em Brasília (13 e 14 de outubro) e antecipando reflexões da COP30, em Belém (PA), o desfile é também um manifesto pela regeneração e pela preservação da floresta viva.

“Mais do que a poética da floresta, é urgente construir uma sociedade em que o petróleo permaneça debaixo da terra e as soluções venham da natureza viva, de pé”, reforça Flavia Aranha.

(Foto: Ze Takahashi | @agfotosite)