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As muitas opções para duas vagas ao senado

Disputa ao senado no paraná promete um embate entre veteranos e novatos

A eleição para o Senado, por vezes, tem contornos mais emocionantes do que a disputa pelo governo. A última grande palpitação na corrida pelo Palácio Iguaçu foi há 20 anos, quando Roberto Requião superou Osmar Dias por uma diferença de pouco mais de 10 mil votos: 50,1% contra 49,9%. Distância ínfima. De lá para cá, Beto Richa e Ratinho Junior governaram, cada um, por oito anos, sem grandes desafios no processo de reeleição.

Com o atual governador fora do jogo, mas com um índice de aprovação invejável, correligionários se acotovelam dentro do PSD pela bênção de Ratinho, alicerçados na esperança da transferência de voto. Do outro lado, você tem uma pré-candidatura já posta, a do senador Sergio Moro, do União Brasil, que, agora ombreado ao PP de Ricardo Barros, é visto como inimigo político do Iguaçu – a ponto de ter assistido às retaliações aos políticos que ensaiaram uma aproximação. Em uma outra trincheira, virá um representante da esquerda, com a missão de dar palanque para o projeto de reeleição de Lula.

Enquanto isso, políticos e partidos fazem contas e negociam nos bastidores a montagem das candidaturas ao Senado Federal. Com duas vagas da Câmara Alta em jogo, tem muito político sonhando alto. A perspectiva para 2026 é de um cenário acirrado, colocando novatos contra biografias já consolidadas. Duas vagas entre aspas, porque, se Ratinho resolver abandonar o projeto presidencial e disputar o Senado, muito provavelmente uma cadeira estará assegurada. E aí, a disputa fica mais acirrada. Caso contrário, o PSD, certamente, terá um representante nessa corrida – apoiado por Ratinho.

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Conhecida como a casa que congrega nomes consagrados na política, o Senado passa por uma redefinição. E não será surpresa se a média etária dos ocupantes da Câmara Alta baixar consideravelmente. Alvaro Dias, que já enfileirou mandatos sucessivos no Senado, ensaia um retorno. Nada certo ainda. Flávio Arns (PSB) deve buscar a reeleição. Ao tempo em que Oriovisto Guimarães já anunciou que não vai em busca de mais 8 anos. A petista Gleisi Hoffmann pode ser instada pelo companheiro Lula a entrar nessa dança para tentar conter um avanço ainda maior da direita na Câmara Alta a partir de 2026.

A lista de “novatos” na disputa pelo Senado é extensa no Paraná. Cristina Graeml, do Podemos, quer aproveitar o bom desempenho no pleito de 2024 em Curitiba para alçar um voo maior. O deputado federal Filipe Barros (PL) tem como grande trunfo nessa corrida o apoio já declarado de Jair Bolsonaro — principal nome hoje da direita no país. Deltan Dallagnol, chefe da Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF), também tem testado o nome nas pesquisas eleitorais, embora dentro do Partido Novo há quem aposte em uma candidatura para a Câmara Federal. A estratégia seria engordar a representação do Novo na Câmara, tendo Deltan como um “puxador de votos”. O Progressista pensa em lançar Pedro Lupion.

São muitos nomes e interesses pessoais e partidários para apenas duas vagas, o que deve garantir emoção até a apuração do último voto na urna.

*Matéria originalmente publicada na edição #302 da TOPVIEW.

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