FASHION MODA

Rituais, ironias e maximalismo são destaques dos últimos dias da Alta-Costura Inverno 2025

As passarelas parisienses exploraram narrativas que vão do intimismo performático ao humor pop, com coleções que desafiam limites entre tradição e reinvenção

A Semana de Alta-Costura Inverno 2025 seguiu intensa em Paris nos dias 9 e 10 de julho, trazendo à tona uma costura que conversa com o cinema, a crítica social, o romantismo atemporal e o maximalismo vibrante.

As maisons apresentaram interpretações únicas sobre o ato de se vestir, ora como rito íntimo, ora como espetáculo coletivo. A seguir, os destaques que marcaram os últimos dias do evento.

Robert Wun

O estilista de Hong Kong deu início ao terceiro dia com “Becoming”, uma coleção-cena exibida no Teatro du Châtelet, carregada de nuances cinematográficas e atmosferas de suspense. Em silhuetas esculturais, volumes dramáticos e detalhes impactantes, Wun transformou o ritual de se vestir em enredo. A noiva final, em tons de areia, coroou o desfile com uma aura de renascimento.

 
 
 
 
 
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Balenciaga

Sob o comando provocador de Demna, a Balenciaga reafirmou seu papel de espelho do nosso tempo, no qual o ordinário vira espetáculo e a ironia reinventa o luxo. O desfile reuniu casacos esportivos inflados, punhos e barras deslocadas e blazers propositalmente desproporcionais, contrapondo o glamour clássico de longos acetinados. Celebridades como Kim Kardashian, Naomi Campbell e Eliza Douglas dividiram a passarela com figuras inesperadas, ampliando a crítica sobre status, poder e uniformes sociais.

LEIA TAMBÉM: Surrealismo e inovação: Schiaparelli e Iris Van Herpen abrem a temporada de Alta-Costura Inverno 2025

 
 
 
 
 
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Elie Saab

O couturier libanês celebrou o corpo feminino com uma nova dose de atitude. Em Paris, sua coleção combinou a corsetterie francesa, com espartilhos estruturados em veludo, moiré metalizado e rendas trabalhadas, a volumes dramáticos em capas, laços gigantes e sobressaias. Vestidos que abraçam as curvas contrastaram com versões que soltam a forma apenas na parte inferior, redesenhando a silhueta sereia. Modelos icônicas como Lara Stone e Sasha Pivovarova brilharam ao lado de novas apostas, em um casting que reforçou o poder atemporal do glamour Elie Saab.

 
 
 
 
 
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Maison Margiela

Na estreia de Glenn Martens como diretor criativo, a Margiela revisitou seu legado de desconstrução. Referências diretas aos arquivos da marca e do próprio Martin Margiela apareceram em corsets, máscaras, plásticos moldados e manipulações têxteis elaboradas. Martens mostrou que entende a alma subversiva da casa e que sua nova fase será tudo, menos previsível.

 
 
 
 
 
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Germanier

Encerrando a temporada, Kevin Germanier transformou a passarela em um playground de maximalismo sustentável. Upcycling, bordados exuberantes, balões multicoloridos e referências pop criaram looks que transitam entre o harajuku, o clubber e o super-herói. Um final vibrante que lembrou: a alta-costura também pode ser divertida, consciente e inclusiva.

 
 
 
 
 
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*Matéria feita sob supervisão da jornalista Ananda Oliveira.

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