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Diálogo, escuta e ação: Plano Diretor de Curitiba quer manter o status sustentável da capital

Prefeitura se prepara para definir as novas diretrizes da cidade e busca a participação dos cidadãos e das organizações da capital para desenvolver o planejamento

Até 2050, 70% da população vai residir em áreas urbanas, prevê o Relatório Mundial das Cidades, publicado pela ONU-Habitat, em 2024. Com o crescimento do número de moradores urbanos, ampliam também os desafios em infraestrutura, sustentabilidade e geração de renda. Inteligente, igualitária e sustentável, Curitiba conduz a revisão do Plano Diretor, que considera o crescimento da população e o planejamento para um desenvolvimento urbano sustentável. 

Ao longo de 2025, a equipe técnica do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) tem organizado discussões sobre os desafios do desenvolvimento urbano sustentável, explica a presidente da autarquia municipal, Ana Zornig Jayme. 

“Foram elencados 12 desafios preliminares que serão pontos de partida nas discussões que envolvem sociedade civil organizada, conselhos profissionais e comunitários, academia, entidades de classe, empresários, Câmara de Vereadores, a comunidade em geral e até as crianças das escolas municipais e estaduais”, completa. 

Durante o tempo de desenvolvimento do plano, os debates devem aprofundar as questões sobre os desafios e inspirar outras pautas fundamentais para o desenvolvimento urbano de Curitiba, esclarece Ana. 

A revisão do Plano Diretor de Curitiba deve, ainda, “não deixar nenhuma pauta, nenhum lugar e ninguém para trás nas discussões temáticas e envolver a sociedade como um todo na revisão, enriquecendo as discussões sobre problemas e soluções”, explica.

Mas, afinal, o que é Plano Diretor de uma cidade? 

O Plano Diretor define a função social da cidade e da propriedade urbana. Por meio de debates, que incluem diferentes segmentos da sociedade civil, o planejamento organiza o crescimento e o funcionamento do município. 

“A partir da legislação do Plano Diretor são elaboradas outras leis, como o zoneamento urbano, a classificação viária – ruas setoriais, estruturais, coletoras, por exemplo – e a ocupação do solo, que ordena a distribuição de atividades comerciais, industriais, de serviço, lazer e moradia na cidade”, explica a presidente do Ippuc.

O Plano Diretor de Curitiba foi instituído em 1966. Com base na exigência constitucional definida pelo Estatuto das Cidades, deve ser revisado a cada 10 anos. Em Curitiba, o último Plano Diretor foi revisto em 2015. 

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Plano Diretor de Curitiba ajudou a transformar capital em ícone de sustentabilidade e mobilidade

A presidente do Ippuc destaca as funções primordiais desse planejamento: “o Plano Diretor deixa uma mensagem clara: o que somos hoje é resultado das escolhas feitas ao longo dos anos, guiadas por sucessivas atualizações desse plano, que vem moldando a cidade de forma progressiva”.

Como exemplo, elenca soluções que, definidas por meio de revisões anteriores, mudaram a rotina dos curitibanos e transformaram a capital em um modelo global de inteligência, sustentabilidade, incentivo à cultura e mobilidade.

  • Sistema trinário: as vias com canaletas exclusivas para ônibus são consideradas os maiores ícones históricos do plano. Ana descreve que elas otimizam o sistema de transporte e a ocupação dos espaços urbanos, concentrando o maior número de moradores próximos aos eixos de transporte público. 
  • Eixos: os eixos de transporte, que permitem o deslocamento de norte a sul e de leste a oeste e de maneira radial entre o Centro e os bairros fazem parte das soluções viárias que ajudaram a inserir Curitiba no vanguardismo do planejamento urbano.
  • Cidade esponja: os parques de Curitiba, que unem lazer para a população e estratégia de controle de cheias e alagamentos na cidade, respondem à demanda de encontrar soluções para a ocupação sustentável dos territórios.
  • Acupuntura urbana: a recuperação do patrimônio histórico, como o Cine Passeio, e a transformação de passivos ambientais em espaços de cultura e lazer — como a Ópera de Arame e a Pedreira Paulo Leminski —, fazem parte das ações pontuais que ajudam a revitalizar as regiões e transformar o cenário urbano.

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Desafios e expectativas

O respeito à sustentabilidade e a redução dos efeitos climáticos deverão estar presentes em todos os debates e audiências públicas que ajudarão a definir o Plano Diretor de Curitiba. 

Ana esclarece que as mudanças climáticas, como ondas de calor, enchentes, alagamentos, racionamento de água e energia, impactam todas as camadas da sociedade — sobretudo os mais vulneráveis. Por esse motivo, a preparação das cidades para enfrentar e mitigar os efeitos climáticos deve estar no centro das discussões ao longo do desenvolvimento das diretrizes que nortearão Curitiba nos próximos dez anos. 

“Estamos promovendo um novo olhar sobre o planejamento urbano ao trazer a sociedade para as discussões, com diálogo e escuta de anseios que serão traduzidos em soluções de desenvolvimento da cidade. Esse exercício ajuda a colocar cada cidadão no centro das decisões e promove uma governança participativa, que está sendo construída a muitas mãos”, afirma.

Participação dos curitibanos é determinante para um futuro sustentável e promissor

A presidente do Ippuc incentiva a população a participar dos debates que ajudam a desenvolver o Plano Diretor de Curitiba: “participar das decisões estratégicas sobre o desenvolvimento urbano da cidade é, ao mesmo tempo, um ato de cidadania e um privilégio. Estar presente, identificar os problemas e pensar em soluções junto aos gestores públicos é o que consolida uma construção democrática, em que todos têm voz e responsabilidade”.

Com a ampla participação popular, a gestão municipal alcançará o objetivo de definir diretrizes que correspondam às necessidades dos curitibanos e transforme a cidade em uma Curitiba melhor, destaca Ana. As oficinas e audiências públicas buscam dar voz a “áreas ainda inexploradas, mas que podem revelar novos contornos”, explica a presidente. 

“Esse processo desperta um senso de propósito compartilhado, em que cada pessoa, em sua área de atuação, passa a entender que tem um papel fundamental na construção de uma Curitiba mais justa, saudável, inovadora e sustentável, construída para as pessoas”, conclui.

Como participar dos debates para a revisão do Plano Diretor de Curitiba

“Nosso novo futuro será tanto mais promissor quanto mais pessoas estiverem dispostas a participar, contribuir e cuidar desse território que é de todos nós”, prevê a presidente do Ippuc.

Para participar dos debates, oficinas e audiências públicas que ajudarão a compôr o Plano Diretor de Curitiba 2025, é possível acompanhar o cronograma por meio do site oficial. Nesse link, os curitibanos poderão participar de oficinas, ter acesso à cartilha que esclarece os principais pontos sobre o processo de desenvolvimento do Plano Diretor de Curitiba, e ver as últimas notícias sobre os debates.

Revisão do Plano Diretor de Curitiba: conheça os próximos passos

Os primeiros passos para a revisão do Plano Diretor de Curitiba foram dados em 2024, com a capacitação da equipe municipal. Em abril deste ano, a atual gestão municipal lançou o processo de revisão. Entre julho e agosto, a sociedade curitibana e a Prefeitura estarão envolvidas nas Oficinas de Leitura, clique aqui para participar

  • Setembro: a Prefeitura deve realizar a Audiência Pública sobre o tema
  • Outubro: será realizado o Seminário Curitiba do Amanhã, com debates sobre o futuro da cidade
  • Novembro e Dezembro: sociedade curitibana e a Prefeitura estarão envolvidas nas Oficinas de Propostas
  • Março/2026: a Prefeitura deve realizar a última Audiência Pública para validar as propostas
  • Junho/2026: revisão do Plano Diretor de Curitiba será entregue para aprovação na Câmara Municipal de Curitiba

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