Conheça as apostas para o futuro da arte no país
Terra de Poty Lazzarotto, João Turin, Adalice Araújo e Paulo Leminski: o Paraná mantém vivo seu legado como berço degrandes nomes da arte e cultura brasileira. Lar de Alfredo Andersen, Guido Viaro e Juarez Machado, o estado segue revelando talentos que moldam e reinventam o cenário artístico nacional.
LEIA TAMBÉM: Grammy 2025: os melhores looks e os grandes vencedores da noite
Nesta edição, a TOPVIEW mergulha no universo da nova geração de artistas paranaenses, que despontam com força no cenário contemporâneo. Para isso, contamos com a curadoria de dois ícones da arte no estado: Zilda Fraletti, da Galeria Zilda Fraletti, e Malu Meyer, da SOMA Galeria.
Indicações
Zilda Fraletti, curadora da Galeria Zilda Fraletti, é um dos principais nomes quando se trata da valorização da arte paranaense. Com 40 anos de história, a galeria que leva o seu nome é responsável pelo lançamento e pelo destaque de artistas da região.
A Galeria Zilda Fraletti demonstra o poder da arte contemporânea em Curitiba e foi uma das primeiras a exaltar a arte moderna na capital paranaense. Zilda não só faz a curadoria para as exposições como, também, eleva o cenário artístico com a promoção de exposições, feiras, cursos e acompanha de perto o desenvolvimento da carreira dos artistas.
Malu Meyer, diretora-executiva da SOMA Galeria, exalta a modernidade da arte em Curitiba. Desde os anos 1990, dedica-se a fazer florescer na juventude o interesse pelo mundo artístico.
A SOMA Galeria une artes plásticas, fotografia, música e dança. O espaço não só apresenta ao público novos artistas como faz da arte um elemento vital. Para aproximar os espectadores da arte, a galeria promove eventos únicos nos quais as obras se tornam o convidado principal.
O futuro
Guiados pelo olhar experiente de pessoas como Zilda Fraletti e de Malu Meyer, novos nomes prometem dar continuidade ao legado artístico do Paraná. “São artistas que estão em constante busca de crescimento e têm se destacado nos últimos anos”, diz Zilda sobre as indicações. Malu destaca a rica pesquisa para a produção contemporânea, que dá poder aos trabalhos dos artistas escolhidos por ela.
Conheça os indicados pelas galeristas que contribuem para o futuro da arte paranaense.
Ana Serafin – aposta de Zilda Fraletti
“Ana vê a tela em branco como um veículo para explorar a liberdade das formas e da cor”, exalta Zilda Fraletti. A paranaense formada em Pintura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná é especialista em arte abstrata.
A artista tem uma poética própria, explica a galerista. Ela materializa o instinto e explica por meio dos pincéis. “É uma pintura que aproxima, emociona, troca conosco, não tem exageros, não complica nem se esconde”, afirma Zilda.
Com obras valorizadas predominantemente na capital paranaense, Ana fez uma grande exposição no Museu Municipal de Arte (MUMA) em 2024. A artista também já expôs em outros estados brasileiros, como Santa Catarina, São Paulo, Goiás e Paraíba.
Além disso, ela teve os trabalhos reconhecidos em mostras internacionais: Lisboa (Espaço Cultural Junta de Freguesia de Penha de França), Buenos Aires (Coletiva Fundação Museu Rômulo Raggio) e Madri (Coletiva Casa do Brasil).
Karina Amadori – Aposta de Malu Meyer
Nascida em Pato Branco, no sudoeste do Paraná, Karina Amadori encontrou o amor pelas artes durante a formação em Terapia Ocupacional. A jovem fez os primeiros esboços de desenhos e esculturas durante o período de estudo.
“A seda se destaca em suas obras”, explica Malu. A artista usa até mesmo o casulo do inseto para compor as grandiosas esculturas. A galerista explica que a seda é um importante ativo econômico para o Paraná — de acordo com o Governo do Estado, a seda produzida em solo paranaense é reconhecida internacionalmente como uma das melhores do mundo, além de ser usada para produção de roupas da Chanel e da Hermés.
Em cartaz até 31 de dezembro no Palacete dos Leões, em Curitiba, Karina apresenta o equilíbrio entre a força e a delicadeza da matéria-prima encantadora elaborada pelo bicho-da-seda
Bruno Marcelino – Aposta de Zilda Fraletti
Cor, luz, superfícies e linhas são o ponto alto do trabalho de Bruno Marcelino. O jovem, natural de Campo Mourão, no centro-oeste do Paraná, é formado em Artes pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
As figuras tridimensionais encantam o público que prestigia o trabalho do artista. “Bruno nos ensina que não há limites para o que o outro pode perceber”, descreve a Galeria Zilda Fraletti. Com artes no acervo do Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, os trabalhos do artista ultrapassaram os limites do Paraná. Hoje, Bruno é também artista residente no Ateliê de Escultura do Instituto de Artes da UNESP.
Além de contribuir com o cenário artístico ao criar as obras fora do padrão, Bruno agracia os apreciadores da arte com textos para exposições de outrosartistas.
Janete Anderman – Aposta de Malu Meyer
Natural de Palmeira, nos Campos Gerais do Paraná, Janete Anderman une a arte e a psicologia para criações únicas, que exploram as relações humanas e a convivência com a natureza.
“Sua pesquisa é sobre a fauna e a flora, usando a paisagem como referencial de suas pinturas”, apresenta Malu. A nova série de obras criadas por Janete exalta a exuberante e rica Mata Atlântica. Um dos projetos de maior destaque é o amboae Superagui, resultado de uma residência independente na Ilha de Superagui, a 150 km de Curitiba. A partir dessas obras, a artista lançará o primeiro livro.
Além da arte e da terapia, a artista atua como designer e fotógrafa na indústria da moda e trabalhou para marcas ligadas a esse universo, como UseNatureza, Novo Louvre, Melissa e Jefferson Kulig. Para o público, Janete apresenta técnicas avançadas para a criação de peças únicas, desde a pintura até a fundição.
Malu relata que o ateliê de Janete é aberto à visitação, permitindo que os apreciadores acompanhem o processo criativo individual da artista.
Annette Skarbek – Aposa de Zilda Fraletti
A curitibana Annette Skarbek demonstra a vitalidade da arte em obras abstratas e poderosas. Formada em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e atuante na área, Annette Skarbek também encontrou na arte uma profissão para a vida.
Segundo a Galeria Zilda Fraletti, “Ela trabalha, principalmente, com colagem e pintura, tendo iniciado muito cedo a carreira nesta área”. Annette é mestre em Artes pela Universidade de Nova York.
Skarbek. Sem Título. Óleo sobre linho. 2022. (Foto: divulgação)
Ainda de acordo com a Galeria, as obras, embora com formas incertas, têm sempre um tema. O olhar cuidadoso da artista dá sentido aos fragmentos que se conectam em cada uma das peças. A bagunça central, que conta histórias, contrasta com o branco, que situa o espectador no cenário em que as tramas se passam.
Annette promove a construção em uma desconstrução. A artista promissora foi por duas vezes premiada no Salão Paranaense e participou de exposições coletivas e individuais, com destaque para obras no Museu Oscar Niemeyer, no Museu de Arte Contemporânea em São Paulo e na sede alemã da Universidade de Nova York. Em 2024, Annette expôs durante a 60ª Bienal Internacional de Veneza.
Onde prestigiar artistas paranaenses
Galerias
- Zilda Fraletti (Av. do Batel, 1.750 – lojas 7, 8, 10, 12 – Batel)
- SOMA (R. Mal. José B. Bormann, 730 – Batel)
- Um Lugar Ao Sol (Av. Jaime Reis, 134 – São Francisco)
- Solar do Rosário (R. Lourenço Pinto, 500 – Centro)
- Simões de Assis (Alameda Dr. Carlos de Carvalho, 2.173 A – Batel)
Museus
- Oscar Niemeyer (R. Mal. Hermes, 999 – Centro Cívico)
- Memorial Paranista (R. Mateus Leme, 4.700 – São Lourenço)
- Casa Alfredo Andersen (R. Mateus Leme, 336 – São Francisco)
- Guido Viaro (R. XV de Novembro, 1.348 – Centro)
*Matéria originalmente publicada na edição #297 da TOPVIEW