Viagens de fim de ano: 6 cuidados que você deve ter com a saúde
Muitas pessoas aproveitam as festas de final de ano, férias e recesso para viajar. Mas o caminho até o destino pode não ser dos mais agradáveis, principalmente quando a distância é longa. Viagens demoradas, seja de carro, avião ou navio, podem ter impactos até mesmo na nossa saúde. Por isso, quem vai viajar deve adotar alguns cuidados para garantir que chegará bem ao destino.
Confira as dicas de um time de especialistas para realizar uma viagem livre de complicações:
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1. Movimente-se
Mesmo em locais de difícil circulação, como carros e aviões, movimentar-se durante a viagem é indispensável.
“Em viagens longas, as pernas ficam para baixo e paradas na mesma posição por muito tempo. Sem contração muscular da panturrilha, o sangue não circula como deveria e acaba migrando para os tecidos ao redor, ocasionando inchaço”, explica a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), que alerta que, em casos extremos, esse inchaço pode causar coágulos sanguíneos, trombose ou até mesmo embolia pulmonar, principalmente em pessoas que já têm predisposição ao problema. Por isso, é importante evitar permanecer muito tempo na mesma posição, andando no corredor ou movimentando os membros inferiores no seu próprio lugar.
Essa também é uma recomendação para proteger as articulações: “ficar muito tempo sentado sempre vai gerar uma sobrecarga para o joelho e situações de desconforto”, explica o Dr. Marcos Cortelazo, ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).
2. Atente-se à alimentação:
Programe a sua alimentação antes, durante e depois da viagem. A médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) lembra que “aeroportos e rodoviárias geralmente não têm muitas opções de alimentos saudáveis, então prepare-se e leve frutas, lanches naturais, barrinhas e outros snacks leves e saudáveis”. Durante a viagem, evite alimentos muito salgados ou doces, que desidratam o corpo, e refeições pesadas de difícil digestão. Para os motoristas, também é importante evitar massas, pães e farináceos refinados de alto índice glicêmico, pois eles podem provocar sonolência.
Mesmo ao chegar ao destino, o cuidado alimentar deve continuar. Atentar-se à procedência dos alimentos, na verdade, é um cuidado que deve ser tomado em qualquer ponto da viagem.
“Alimentos de composição e procedência desconhecida, com sinais de má higiene ou de preparo e armazenamento inadequados, representam um risco à saúde, podendo levar a uma intoxicação alimentar. Então, atente-se a essa questão. Em viagens de navio, fique de olho também na higiene dos utensílios e ambientes, já que as embarcações reúnem um grande número de pessoas de várias procedências, convivendo por um curto espaço de tempo e compartilhando utensílios em ambientes muitas vezes fechados, o que é um grande risco para intoxicações alimentares e outras contaminações.”
3. Cuidados simples evitam enjoo
“Os sintomas de enjoo são desencadeados quando há algum conflito nas informações sensoriais relacionadas à visão, ao equilíbrio e à orientação espacial. É o que acontece quando estamos em meios de transportes, quaisquer que sejam. Mas o problema é especialmente frequente em navios, enquanto não é tão comum em aviões, onde a sensação de movimento é menor”, diz a otoneurologista Dra. Nathália Prudencio, médica otorrinolaringologista especialista em tontura e zumbido.
Felizmente, algumas estratégias podem ser adotadas para amenizar o problema. “Existem algumas medidas que podem ajudar a lidar com essas crises, como optar por refeições mais leves antes de viajar, manter o olhar fixo no horizonte, permanecer em um ponto com bom fluxo de ar, respirar lentamente e não ler ou usar o celular enquanto o veículo está em movimento”, aconselha a especialista. Se as crises são muito frequentes, o ideal é começar o uso preventivo de medicamentos antidopaminérgicos e anti-histamínico, os quais diminuem a sensação de náusea.
4. Reduza o consumo de álcool e atente-se à hidratação
O consumo excessivo de bebidas alcoólicas não é recomendado em viagens. “Bebidas alcoólicas em excesso devem ser evitadas por vários motivos, incluindo desidratação do corpo, intoxicação hepática e sintomas neurológicos, todos indesejáveis em períodos de viagens”, diz Dra. Marcella Garcez. As bebidas ainda pode ser um fator de risco para dores articulares: “o álcool pode causar o aumento do ácido úrico no sangue, condição esta chamada de hiperuricemia, que leva a inflamação das articulações e quando não tratada pode ocasionar lesões da cartilagem articular que evoluem para a artrose”, explica o ortopedista Dr. Marcos Cortelazo.
O cuidado deve ser redobrado em viagens de avião, por conta da pressão da cabine com menor oxigenação, e em viagens de cruzeiro quando é comum a prática all-inclusive, com refeições e bebidas à vontade, o que pode representar um perigo. Ingerir bebidas alcoólicas também pode ocasionar uma piora dos sintomas de enjoo do movimento. Por outro lado, em situações de viagens longas, é comum que as pessoas esqueçam de ingerir água. “Temos que lembrar que, no verão, a necessidade de água é em torno do dobro, porque se perde muita água para o meio ambiente”, explica a endocrinologista Dra. Deborah Beranger.
5. Cuide da pele
O clima seco do avião pode favorecer o ressecamento da pele. “Além da falta de umidade do ambiente, o próprio ar bombeado para dentro da aeronave causa ressecamento, pois chega a temperaturas bem baixas. Com isso, ocorre uma evaporação mais rápida da água presente na pele, levando à desidratação”, explica a Dra. Paola Pomerantzeff, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
O item de de beleza mais importante em viagens como essa, sem dúvidas, é o creme hidratante. Mônica Aribi, sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que “a microcirculação do tecido cutâneo e dos gânglios linfáticos fica comprometida durante o voo. Por esse motivo, as bolsas de gordura que se alojam por baixo das pálpebras absorvem mais líquido e incham. Como a pele das pálpebras é muito fina, transparece esse inchaço causando olheiras e bolsas proeminentes”.
Para evitar ambos os processos, é importante tomar muita água durante o voo. O hidratante neutro, item essencial para a bolsa, não deve conter ácidos ou ureia ou ativos que possam irritar a pele
6. Proteja-se do sol
Não é só nas viagens de carro que devemos lembrar da fotoproteção, mas também nos voos prolongados. No navio, a fotoproteção também é necessária, pois os raios solares não atingem a pele apenas de cima, mas de várias direções, pois são refletidos pela água do mar.
A dermatologista Dra. Flávia Brasileiro, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia explica que o protetor solar é um guardião da pele: “mas ele precisa ser reaplicado a cada duas horas em exposição direta ou em uma situação em que o paciente transpirou, tirou o protetor ao entrar no mar ou na piscina ou ainda após uso de toalha. No geral, os pacientes não aplicam protetor solar suficiente ou ficam ao sol por horas após a aplicação do protetor solar pela manhã. Isso confere uma falsa sensação de segurança”