Por dentro da Soho House São Paulo, o maior clube de criativos do Brasil
Fundada em 1995 por Nick Jones, a Soho House é uma plataforma que fomenta a criatividade em todas as suas formas, um lugar em que as pessoas podem compartilhar ideias e fazer conexões em espaços físicos e digitais.
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No mundo todo, há 45 unidades. Aqui, no Brasil, ela chegou em São Paulo e, para conhecer esse local de perto, fui convidada, em nome da TOPVIEW, para passar três dias imersa em uma programação que te tira da realidade.
Localizada no bairro Bela Vista, dentro da Cidade Matarazzo, a Soho House São Paulo fica dentro de um empreendimento tombado, em que funcionava o antigo Hospital Matarazzo. Lindo, o prédio é uma relíquia para a cidade, um oásis em meio a cidade de pedra.
As únicas pessoas que podem entrar no local são os membros – sim, a Soho House é um clube privado –, e pessoas que estão se hospedando no local. Para ser membro, há apenas um caminho, passar por uma avaliação que te questiona “Como você pode agregar criativamente esta comunidade?” e fazer uma assinatura que te dá acesso à Soho House de São Paulo ou de todas no mundo.
Após aceito, o membro pode aproveitar os espaços para diversas atividades: realizar reuniões, jornadas de trabalho, almoçar, tomar café, jantar, contemplar obras de arte ou simplesmente descansar. Afinal, o objetivo da Soho House é fazer o membro se sentir como se estivesse, de fato, em casa.
Em São Paulo, há diversas salas no prédio, todas com decoração inspirada no modernismo brasileiro. Há a Sala de Estar, um espaço que pode ser utilizado para trabalho durante o dia, o Bar Principal, em que acontecem apresentações de DJ, a Sala de Jogos, com mesa de bilhar, e a Sala de Desenho, um espaço com uma das lareiras da casa, além de um bar secundário. A Soho House São Paulo também dispõe de dois espaços para eventos: a sala Condessa e a sala Zambone, no segundo andar, que inclui um bar privado e projetor de vídeo.
Mas, além de ser um espaço para quem está de passagem, a casa também oferece estadia para membros ou não membros. Creio que estar no local já é uma boa experiência, mas, hospedar-se, é, sem dúvidas, um mergulho em uma das melhores estadias que tive o prazer de desfrutar na vida.
Os 26 quartos, em breve 32, ofertados têm algo em comum: não há como não se sentir bem lá dentro. Ao entrar pela pesada porta, as luzes corretamente baixas para o ambiente já dão a sensação de bem-estar. Para provar a qualidade e diferencial na estadia, a Soho House São Paulo abastece o quarto com deliciosos cookies e um bar bem equipado. Segundo a equipe da casa, o criador gostaria que todo hóspede tivesse o prazer de ter um bar dentro do quarto – isso é padrão em todas as Sohos do mundo, assim como os sete travesseiros da cama, afinal, quem não gosta de uma cama cheia de travesseiros?
Acho que tudo lá dentro é feito para te trazer sensações. Não se trata apenas de beleza. O chuveiro, por exemplo, despeja água lá do alto em um chão cheio de pedras naturais. Ao fechar a porta e vidro do espaço para banho, a sensação é de estar em uma cachoeira – o barulho da água nas pedras é um calmante natural.
Há também um rádio que, constantemente, toca músicas-ambiente. Confesso, levei um susto quando ouvi uma voz saindo pelo aparelho, mas logo entendi que aquilo era mais um diferencial da Soho House.
Umas das coisas que mais me chocou foi o fato de os membros não poderem registrar fotografias ou vídeos daquele lugar. É proibido fazer imagens! Em um primeiro momento, eu estranhei. Mas, analisando bem, isso, de fato, é exclusividade e liberdade. Não há nada mais criativo do que o ócio e a falta de registros em imagens é um caminho para isso.
Sem dúvidas, a Soho House São Paulo é um daqueles lugares que você quer voltar para sempre, só para sentir aquela boa sensação que toca o interior da alma. Viva à nossa casa!