FASHION

Moda sob prescrição: a febre dos remédios para emagrecer

Entre tendências e controvérsias, a cultura pop e as passarelas revisitam padrões estéticos impulsionados por medicamentos de emagrecimento

No meio de inúmeras novas cores, texturas e modelagens apresentadas na Berlim Fashion Week deste ano, uma regata simples, branca e com corte clássico da jovem marca Namilia foi a peça que mais se destacou nos quatro dias de evento. Seria inusitado se não fosse por um detalhe: a frase I love Ozempic, que estampava a blusa.

A escolha de uma regata branca para carregar a frase de impacto não é por acaso. Além de remeter a um dos ícones da moda no início dos anos 2000, quando a magreza era regra absoluta na passarela, a peça faz referência a um momento da cultura pop. Em 2005, Paris Hilton foi fotografada com uma blusa no mesmo estilo estampada com os dizeres “Stop being desperate” (“Pare de ser desesperada”), mas que acabou viralizando com uma montagem que alterou a frase para “Stop being poor” (“Pare de ser pobre”).

Entre discussões acaloradas de seguidores nos posts da marca alemã e declarações dos estilistas, a proposta da coleção ficou clara. O questionamento ao culto à magreza e as controvérsias sobre esse tema, presentes, principalmente, no mundo da moda e das celebridades nas décadas de 2000 e 2010, também estiveram presentes em outros itens da coleção.

A foto de Paris Hilton viralizou após montagem em 2005 (foto: Reprodução | Youtube)

O comeback da estética magra

A retomada de referências da moda de 20 anos atrás resgatou também um padrão de beleza que fi cou em segundo plano por tempos. Talvez a maior prova dessa mudança de paradigmas sejam as Kardashians, que alcançaram números exorbitantes exibindo suas curvas e, nos últimos meses, reduziram drástica e visivelmente suas medidas.

Entre os métodos que se tornaram mais populares para tornar transições como essa mais rápidas, está o Ozempic, medicamento cujo princípio ativo é a semaglutida e que foi originalmente criado para tratar a diabetes mellitus tipo 2 em adultos.

Influência estética

Lucas*, de 25 anos, viveu por anos com disforia de imagem, um transtorno que afeta a percepção do corpo, por conta se sua relação com peso. Após pesquisar sobre o Ozempic e encontrar relatos promissores sobre a perda de peso, deu início ao uso do medicamento em um tratamento que durou oito semanas. “Eu não tive acompanhamento de um endocrinologista, então busquei fazer a maior pesquisa possível para entender e tomar o remédio sabendo o que ia acontecer”, conta.

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*Matéria originalmente publicada na edição #295 da TOPVIEW

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