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A união faz a força

Neste ano, as cooperativas pretendem investir R$ 3,8 bilhões

O maior destaque do Paraná dentro do setor do agronegócio, além da produção em si, é o sucesso do modelo das cooperativas. “Aqui, temos o cooperativismo mais expressivo do país, em termos econômicos”, ressalta Gilson.

O estado comporta gigantes do ramo, como a Coamo Agroindustrial Cooperativa, que foi eleita a 46ª maior empresa do Brasil no ranking Exame – Melhores e Maiores 2018. O entendimento de que o cooperativismo pode acelerar os passos de todos é tão presente que três cooperativas paranaenses que atuam nos Campos Gerais uniram-se para formar um sistema de intercooperação.

A Castrolanda, de Castro, a Capal, de Arapoti, e a Frísia, de Carambeí, lançaram a marca Unium. Trata-se de um encontro entre gigantes: as cooperativas faturaram quase R$ 7 bilhões em 2018. “Aqui [no Paraná], parece que a mistura deu certo, caminhou mais rápido. Temos a característica de pequenos e médios produtores, mas com muita tecnologia e respaldo das cooperativas, o que permite que elas ganhem escala para compra e venda”, comenta Robson Mafioletti, engenheiro agrônomo e superintendente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).

“É exemplo de inclusão e integração das comunidades de menor porte. Isso possibilita o acesso dos pequenos produtores ao mercado global. O produtor do Paraná pode competir com produtores do mundo todo.”

É o que frisa Flávio, do Ministério da Agricultura: “o estado tem relevância por trazer esse modelo, que é exemplo de inclusão e integração das comunidades de menor porte. Isso possibilita o acesso dos pequenos produtores ao mercado global. O produtor do Paraná pode competir com produtores do mundo todo.” No estado, temos 16 cooperativas que faturam acima de R$ 1 bilhão por ano. A maior é a Coamo, de Campo Mourão, que atinge a cifra de R$ 14 bilhões, a C Vale, de Palotina, chega aos 9 bilhões.

O diferencial por aqui, explica Robson, é a industrialização dos produtos, que são usados em sua totalidade. A soja, por exemplo, é vendida como grão, farelo e óleo. “Tivemos essa visão estratégica de agregar valor às matérias-primas e trabalhamos bem a cadeia produtiva”, reforça. Ao todo, as 69 cooperativas paranaenses lucraram R$ 70 bilhões apenas em 2018, de acordo com a Ocepar.

Elas geram mais de 70 mil empregos diretos no estado. Neste ano, as cooperativas pretendem investir R$ 3,8 bilhões. “O pessoal está acreditando muito nesse novo momento da economia brasileira e no Paraná”, diz Robson.

*Matéria originalmente publicada na edição #233 da revista TOPVIEW.

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