SELF COMPORTAMENTO

O profissional que o mercado quer em 2016

A TOPVIEW reuniu seis especialistas em gestão e contratação de talentos. Eles traçaram o perfil do funcionário que as empresas procuram

A  britânica Joanne Rowling era mãe solteira, estava desempregada, passava por uma depressão e enfrentava dificuldades financeiras quando apresentou o primeiro livro da saga Harry Potter a oito editoras diferentes, que disseram não.

Só em 1997 ela conseguiu publicá-lo, pela Bloomsbury Press, e hoje a obra tem mais de 120 milhões de cópias espalhadas pelo mundo. Histórias como essa são famosas no mundo corporativo. Afinal, já dizia o estadista britânico Winston Churchill que “o sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo”.

Em um cenário caracterizado por uma impactante crise econômica e, ao mesmo tempo, uma reestruturação nos modelos de negócios que revela uma nova forma de consumir, se relacionar e trabalhar, pró-atividade e sabedoria são essenciais para se reerguer após um não. “Se de um lado as remunerações estão diminuindo, de outro, o mercado está cada vez mais cheio de novidades. Aprimorar-se é uma atitude mais do que defensiva”, garante Bernt Entschev, headhunter com 25 anos de experiência.

No panorama atual, não basta ter competência. Sai na frente quem souber exatamente o que o mercado procura. Pensando nisso, a TOP VIEW ouviu, além de Bernt, outros cinco profissionais que trabalham com recrutamento e gestão de talentos para apontarem as características do profissional ideal em 2016. Confira!

 Comunicação | Bernt Entschev

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“O bom comunicador se expressa bem no seu e em outros idiomas, principalmente o inglês, dá ideias claras e sabe orientar as pessoas”, indica o headhunter, eleito o 4o melhor pelo canal RH. A empresa de educação EF Education First publicou um ranking  que coloca brasileiros em 38o lugar entre 63 países que dominam a proficiência em inglês – lembrando que proficiência envolve realmente ter pleno domínio e ser capaz de fazer negócios em outro idioma.

Ou seja, brasileiro tem fama de “enrolar” no inglês. Pesquisa da consultoria Talenses analisou 1.423 executivos brasileiros e apontou que 52% deles têm apenas nível básico na língua. E profissionais fluentes no inglês, segundo a empresa de recrutamento Catho, conseguem salários até 62% mais altos do que colegas no nível básico.

 Dinamismo | Cibele Nardi

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“É imprescindível que o profissional tenha excelência naquilo que faz e isso inclui ter velocidade na entrega. É resolver até antes do prazo, fazer além do solicitado, executar. É se comprometer e se aperfeiçoar junto com a empresa”, defende Cibele Nardi, coach da High Places Coaching.

 Inovação | Diego Godoy

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“Apesar do crescimento nos níveis de desemprego, faltam profissionais qualificados para preencher algumas vagas. Aqueles que não conseguem inovar fazem suas empresas perderem oportunidades e dinheiro”, afirma o headhunter da Propósito, empresa de executive search e consultoria. Quem não se lembra da RIM, uma das mais prósperas fabricantes de telefones celulares do mundo? Criadora do BlackBerry, fez por muito tempo sucesso com os aparelhos voltados ao mundo corporativo até que parou de acompanhar as inovações do setor e perdeu o rumo do mercado.

 Astúcia e ousadia | Sabrina Dias da Costa

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“O cenário exige que façamos coisas diferentes dos padrões e, sobretudo, com qualidade superior. Em processos de contratação, a crise econômica acaba sendo uma aliada. Há os que estão sempre atentos e percebem que momentos de instabilidade podem gerar excelentes oportunidades”, assegura Sabrina Dias da Costa, gerente de Recursos Humanos do Grupo Thá.

 Resiliência | Adriano Tadeu Barbosa

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“Alguma coisa no meio do caminho dará errado e o profissional deverá se adaptar. A qualquer pressão a maioria das pessoas se desequilibra. O resiliente se levanta e recomeça, aprendendo e buscando o acerto”, garante o especialista em marketing pessoal e supervisor do curso de Empreendedorismo do Centro Europeu. Vale a lembrança de que o norte-americano Walter Elias Disney não desistiu diante de um não. Demitido por “falta de imaginação e boas ideias” decidiu, em 1921, fundar junto com o irmão a produtora Laugh-O-Gram, antecessora da empresa que, mais tarde, ele batizaria com seu próprio nome: Walt Disney Studios.

Apetite empreendedor | Paula Abbas

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“É ter visão global do cenário, é não ficar apenas cumprindo sua função e ser capaz de envolver-se com as questões da empresa como se fosse o dono, tendo claro que seu desempenho é diretamente proporcional aos resultados da empresa. Ver-se não apenas como funcionário e sim como peça-chave na engrenagem da empresa”, acrescenta Paula Abbas, coolhunter e sócia das empresas Anima Trends e Alter Studio. Aqui, o líder é participativo. É capaz de impulsionar e engajar a equipe e, também, de se aproximar dos funcionários.

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