CULTURA ARTES

Exposição de Rimon Guimarães abre na Galeria Farol

Por Yasmin Taketani

As pinturas de Rimon Guimarães já fazem parte da paisagem de Curitiba – assim como tomaram conta, no ano passado, de muros e prédios na França, Gâmbia, Espanha, Holanda e Dinamarca. O início da carreira do artista, no entanto, não se deu nas ruas, mas entre as paredes de um ateliê. É essa produção em menor escala que Rimon apresenta a partir de hoje na Galeria Farol.

Com curadoria do artista e dos galeristas, a exposição reúne cerca de 30 obras produzidas entre 2008 e 2015, inéditas em Curitiba, num recorte que privilegia a extensão da atuação de Rimon Guimarães: gravura, fotografia, desenho e pintura  — além de música, que ele apresenta num show ao vivo na noite de abertura, nesta sexta (06).

Tão variadas quanto os formatos são as ideias por trás das obras. Se num primeiro momento a explosão de cores ou as figuras lúdicas passam a ideia de alegria, a leitura não acaba aí. “Eu pinto sobre a vida, tudo o que acontece”, diz o artista curitibano, que prefere que o público crie suas próprias narrativas para as obras. “São emoções: eu me expondo e pensando nas questões que todo ser humano pensa.”

Se num primeiro momento a explosão de cores ou as figuras lúdicas passam a ideia de alegria, a leitura não acaba aí. Artista diz que pinta sobre a vida.
Se num primeiro momento a explosão de cores ou as figuras lúdicas passam a ideia de alegria, a leitura não acaba aí. Artista diz que pinta sobre a vida.

Um destaque da mostra é a oportunidade de observar o diálogo entre sua produção do ateliê e suas intervenções no espaço urbano. Ao mesmo tempo em que compartilham o mesmo traço, aponta a galerista da Farol Margit Leisner, a relação do trabalho é diferente nesses dois espaços: “O ambiente do ateliê é mais intimista”, explica Margit. “É um outro tipo de concentração.”

Cada obra é pensada de acordo com o seu suporte. No caso da rua, Rimon leva em consideração os ângulos pelos quais a pintura será vista e a interação com elementos do entorno (portas, toldos, placas) e com a arquitetura. Da mesma forma, são experiências distintas para o público: “Às vezes, na rua você não tem silêncio ou tempo para parar e observar a arte. Na galeria, você tem essa facilidade”, comenta o artista, cujo trabalho, dessa forma, é acessível a pessoas de todos os estilos e classes sociais.

O trabalho de Rimon Guimarães tem como base o entendimento da rua enquanto espaço público, o qual pode ser usado para a expressão de ideias – uma forma de conversar visualmente com as pessoas. “Ela olha, viaja naquela pintura e por três segundos pensa em outra coisa”, diz o artista que vê suas obras como um “portal para a pessoa sair da monotonia do dia a dia”. Parafraseando Rimon, seu papel é somar dois mais dois – o resultado ele deixa o público decidir. A partir de hoje, até junho, vamos ver como anda a matemática do artista.

SERVIÇO
Abertura da exposição de Rimon Guimarães
Hoje, a partir das 19 horas.
Na Farol Galeria de Arte e Ação (rua Presidente Faria, 226 – subsolo)
Visitação de terça a sexta-feira, das 14 às 19 horas.
Entrada franca.
Informações: (41) 8889 71 49

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