Denian Couto é uma bomba
Denian Couto não fala sobre a família. A faceta mais íntima que expõe é seu time, o Grêmio – “a única qualidade real que eu tenho”. Os motivos da reclusão parcial, apesar de ser um comunicador facilmente reconhecível, são as ameaças que recebe após emitir suas opiniões no Jornal RIC Mais Notícias, da Rádio Jovem Pan, a 244 mil pessoas todo mês, em seus comentários políticos na RICTV, e na coluna que mantém no TOPVIEW Journal. Ser Denian não é moleza.
Gaúcho de Porto Alegre, formado em Jornalismo e em Direito, Denian não acredita na imparcialidade da imprensa. “Tem que ter lado”, afirma. “Tenho um muito claro: me posiciono junto a quem tem seus direitos violados. Uso meu espaço para cobrar de quem detém o poder.”
Volta e meia, a cobrança se transforma em arranca-rabo ideológico. Nada que abale o jornalista de 43 anos que, após carreira meteórica no Rio Grande do Sul, onde foi de estagiário a âncora na Rádio Bandeirantes, chegou a Curitiba em 2005. Ele soltou o verbo e viveu nova ascendência com os desdobramentos da Operação Lava Jato – incluindo o período em que trabalhou com a ainda mais controversa jornalista Joice Hasselmann. “Não ligo para críticas. Enquanto baterem em mim, está tudo bem. Sou defensor intransigente da liberdade de expressão, porque não há democracia sem pluralismo de ideias”, justifica uma voz forte e assertiva, cuja audiência, de 2016 até este ano, cresceu 54%.
Não procurem Denian Couto em redes sociais – a caça às bruxas virtual não permite. Para além dos estúdios, é possível encontrá-lo nos corredores da Faculdade Opet, onde dá aulas de Direito. “Para jornalismo, não precisa de diploma”, afirma o gaúcho, que atualmente lê Totem e Tabu, de Freud. E que prepara mais uma “bomba” para as próximas semanas. “Calma, estou apurando ainda… mas vai dar o que falar.”
*Matéria escrita por Cristiano Castilho e publicada originalmente na edição 206 da revista TOPVIEW.